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6 de julho de 2009

ESSA MATÉRIA É CORRETÍSSIMA

"Poesia é renegada pelas grandes editoras", diz Ricardo Silvestrin
MANOELA MEYER
Colaboração para a Livraria da Folha

Ricardo Silvestrin é um artista que explora a palavra em várias nuances. Poeta, contista, músico, editor, professor e colunista, participou da Feira do Livro de Ribeirão Preto e falou à Livraria da Folha sobre a discriminação da poesia por parte das grandes editoras e a licença poética.


05/07/2009 - 18h15
Ricardo Silvestrin fala à Livraria da Folha sobre a sua poesia

Para o escritor, a poesia é aparentemente renegada pelas grandes editoras. Silvestrin decidiu escrever sobre o assunto e comentou os resultados de sua pesquisa durante a entrevista à Livraria da Folha. Depois de vasculhar na internet, constatou que os leitores de poesia correspondem ao maior número de discussões em torno de literatura no país. As comunidades de poetas no Orkut, segundo seus dados, estão em maior número que as dedicadas aos prosadores. O que parece faltar são maneiras eficientes das editoras em atingir esse grande público consumidor.

Quanto ao seu trabalho, Silvestrin dá especial atenção aos versos curtos, devido ao seu ritmo particular. Perguntado sobre a influência dos breves hai kais japoneses em sua obra, ele diz que o contato com essa literatura foi posterior aos seus primeiros trabalhos.

A licença poética foi outro tópico abordado. "Uma questão extensa de dois pés", disse Silvestrin, lançando em seguida dois questionamentos: "o que é padrão culto?" e "o que é verso e o que é frase?". Para ele, a questão de licença poética não existe para o artista. O que existe é o trabalho sobre o inesperado de sentido, de som e de desenho da palavra.

Segundo o escritor, o padrão culto seria um modo de falar específico, eleito como o correto. Suas raízes remetem ao poeta luso Luis Vaz de Camões, que teria grafado extensamente seu próprio "falar". No entanto, outros tantos "falares", cada qual com sua própria gramaticalidade, não deixam de permitir que seu falante se comunique com o resto da comunidade e não podem ser menosprezados.

Quanto ao verso, esse nasceu como imitação da fala. Portanto, Silvestrin afirma que a frase veio depois do verso. "O verso é critério de ouvido, de ritmos", disse. E só quando foi transcrito para o papel ele se tornou desenho, explorado em seus aspectos gráficos e estéticos

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