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30 de janeiro de 2011

para a nova Valquíria.

Veio com perguntas sérias
Para saber se não éramos estranhos
Ao outro, como de fato somos.
E teu nome me lembra
Amizades cheias de carinho
E verdade,
Dessas que o tempo só fazem mais nossas.
E será que a tua seriedade
Gostará desse poema cara de pau,
Escrito num caloroso domingo noturno
Com Chet Baker tocando aqui diante de mim.
Valquíria é sagrado nome
De mulheres guerreiras, nórdicas heroínas
E são duas as que conheço.
Bailemos em silêncio nesse verão que caminha.

26 de janeiro de 2011

Grandes Momentos - Verão macabro! - O fim de semana que deu origem a Frankenstein à versão moderna dos vampiros

Cinco amigos. Uma mansão isolada pela chuva. Incomunicáveis, resolvem inventar histórias de terror. Mal sabiam eles que estavam para viver um... Verão macabro!
por Fernando Duarte

Entre 15 e 17 de junho de 1816, uma tempestade deixou cinco amigos ingleses presos na mansão Villa Diodati, às margens do lago Genebra, na Suíça. Fechados na casa cercada de vinhedos e com vista para montanhas nevadas, começaram a ler contos de terror em voz alta. Quando se cansaram, resolveram escrever suas próprias histórias de fantasmas. Acontece que aquela não era uma casa qualquer - já tinha abrigado o poeta John Milton e os pensadores Rousseau e Voltaire. E esta turma também não estava para brincadeira. Seu líder era George Gordon Byron, o lorde Byron, o mais famoso poeta romântico da literatura britânica. A seu lado estavam o médico e escritor John William Polidori, o poeta Percy Shelly, sua namorada Mary e a meia-irmã dela, Claire Clairmont. Em três dias de verão suíço, esses colegas de farra criaram dois dos maiores personagens de terror já inventados: o doutor Frankenstein, com sua criatura feita de pedaços de cadáveres, e lorde Ruthven, antecessor direto do conde Drácula moderno.

Para alguns dos presentes, a proposta de Byron não foi muito longe. John Polidori começou a escrever o caso de uma mulher que espia por um buraco de fechadura e tem a cabeça transformada em caveira. Percy Shelley redigiu o hoje pouco conhecido Fragmento de uma História de Fantasma. Byron elaborou o fragmento da história de um nobre imortal, Augustus Darvell, que se alimentava do sangue de suas vítimas. Mas, para Mary, a tarefa chegou perto da obsessão. A ponto de, dois anos depois, a escritora ter aproveitado um sonho macabro que teve em Villa Diodati para publicar o romance que daria origem ao gênero do cientista louco na cultura popular.

Autoria polêmica
Em 1819, começou a circular pela Europa o conto The Vampyre, creditado a lorde Byron. O texto contava a história de lorde Ruthven, um viajante inglês que arruina a vida de um jovem cavaleiro chamado Aubrey. O sucesso foi estrondoso. No ano seguinte, a história ganhava uma continuação em que o nobre realiza uma turnê em busca de sangue por diversas cidades, de Florença a Bagdá. Nos anos seguintes, o nobre vampiresco se tornaria uma verdadeira coqueluche nos teatros europeus. E assim Byron passava a ser mencionado como o autor de mais um sucesso estrondoso com o público. O problema é que o conto não havia sido escrito por ele.

O excêntrico John Polidori era o braço direito de Byron durante as férias suíças. Como responsável por organizar os papéis do grande poeta, ele leu o manuscrito elaborado na Villa Diodati. Polidori já tivera contato com um romance alemão de 1801, chamado Der Vampyr, de Theodor Arnold, e conhecia alguns dos monstros folclóricos que, durante vários séculos e nas mais diversas culturas e civilizações, eram conhecidos por viver do sangue das vítimas. Mas, na hora de desenvolver o conto do antigo mestre, John, de apenas 20 anos, sintetizou as características mais duradouras dos vampiros modernos. Seu personagem era um nobre bonito (ainda que muito pálido) e sedutor, que atacava donzelas indefesas por onde passava. O conto foi redigido em 1819, três anos depois de o médico ser demitido por Byron. "Escrevi em duas ou três manhãs livres", ele relataria depois.

O nome do vilão, lorde Ruthven, era um ataque ao próprio Byron. Afetado e arrogante, o vampiro de Polidori sabia ser desagradável e repulsivo. Talvez tenha sido por isso que, quando o conto foi publicado como se fosse criação sua, Byron refutou enfaticamente a autoria. Ao que tudo indica, o engano foi provocado pelo editor da obra, que queria pegar carona na fama do poeta inglês. Polêmicas literárias à parte, o conto iniciado à beira do lago Genebra marcou as décadas seguintes. Ao longo do século 19, escritores de peso, como Edgar Allan Poe, Alexandre Dumas, Guy de Maupassant e H.G. Wells criariam personagens inspirados no vampiro de Polidori. Até que, em 1897, lorde Ruthven ganhou seu descendente mais famoso: o conde Drácula, inventado pelo escritor irlandês Bram Stoker.

Drama e paixão
Se a criação do vampiro moderno envolveu dois nobres e alguma dose de rancor, a história por trás das origens de Frankenstein tem elementos de novela mexicana, com traição, luxúria, morte e dor, muita dor. Os protagonistas são Percy Shelley e sua namorada Mary.

Nascido em 1792, Percy era um poeta e ativista radical que, nos idos de 1814, estava na rua da amargura e lidava ainda com um casamento em pandarecos. Quando conheceu o filósofo e escritor William Godwin, famoso por defender o ateísmo e o anarquismo, estava precisando de pão, ombro e carinho. Godwin apadrinhou Shelley, emprestando-lhe dinheiro e abrindo as portas de sua casa. O protegido acabaria se apaixonando pela filha do padrinho, Mary. Cinco anos mais nova que o poeta, ela também enfrentava seus demônios pessoais, tendo perdido a mãe dias depois de nascer.

O pai dera a Mary uma rica educação, mas não parecia se preocupar com a crueldade de Mary Clairmont, sua segunda esposa, que encarnava com perfeição o estereótipo de madrasta malvada. Mergulhar nos estudos era uma das únicas distrações da moça, que falava francês e italiano fluentemente. Não era surpresa, então, que Mary estivesse em volta da mesa nas muitas ocasiões em que seu pai e Percy Shelley passavam horas debatendo temas políticos na casa da família, em Londres. Godwin, porém, era bem menos liberal na prática que na teoria. Logo ele proibiria a filha de encontrar o protegido. "Mary viveu uma tremenda distância emocional e se tornou uma adolescente sedenta de emoção e aventura. Percy Shelley apareceu feito um cometa em sua vida", diz Miranda Seymour, autora de uma das mais respeitadas biografias da escritora.

Mary não só desobedeceu às ordens do pai como fugiu com Percy para uma viagem pela Europa, em 1814. No ano seguinte, tiveram uma filha, Clara, que morreu com poucas semanas de vida. Em 1816, porém, Percy e Mary finalmente se casaram depois de Harriet, a primeira mulher do poeta, morrer afogada - a versão oficial, ainda hoje bastante questionada, é a de que ela se suicidou em um lago do Hyde Park, em Londres. Antes de oficializar a união, aceitaram o convite de lorde Byron para a temporada à beira do lago Genebra.

Estavam acompanhados da misteriosa Claire Clairmont, a meia-irmã de Mary cujo papel nos últimos anos emergiu como algo bem maior que uma simples companheira de viagem. De acordo com estudos recentes de acadêmicos britânicos, as duas não só disputavam as atenções de Percy como dividiam a cama com ele. A moça também não escapou das atenções de lorde Byron - com quem ele teria uma filha, Allegra, nascida no ano seguinte.

Na temporada suíça, Mary era uma ouvinte atenta das conversas entre lorde Byron e Percy Shelley sobre o que era conhecido como galvanismo, uma teoria sobre a possibilidade de trazer organismos à vida com o uso de descargas elétricas. Por sinal, cientistas da época viam-se engajados em debates sobre as fronteiras da vida e da morte. A primeira mulher de Percy, por exemplo, tinha sido levada para um hospital de Londres em que experimentos de ressuscitação com vítimas de afogamento eram comuns.

Frio e chuva
Aliado às conversas, havia o tempo do lado de fora. Tempestades fenomenais foram comuns naquele 1816, que acabou conhecido como "o ano sem verão": a chuva caiu em 130 dos 183 dias em que a temperatura deveria ser quente. As sessões com lorde Byron eram, então, veneno antimonotonia. Especialmente porque o anfitrião era um verdadeiro pop star do século 19. O britânico era um dos mais populares poetas da Europa graças a suas posições contestadoras, em especial a defesa do amor livre, o que invariavelmente atraía as atenções do público para seu estilo de vida. Byron era conhecido pelo hábito de sair com senhoras casadas e pelas tendências bissexuais. O poeta contava ainda com uma astúcia fora do comum, inclusive para lidar com os muitos críticos de sua obra e de sua conduta. "Li uma crítica que me derrubou. Em vez de ter um aneurisma, tomei três garrafas de vinho e comecei a escrever uma resposta", disse ele num de seus mais famosos comentários.

O charme de Byron, porém, não resistiria ao poder dos boatos. Sua separação de Annabella Milbanke resultou em uma imensa lavagem de roupa suja em público, apimentada por uma série de intrigas espalhadas pelos advogados dela. Sua imagem no Reino Unido ficou arranhada e suas finanças, arruinadas. Quando chegou à Suíça, em 1816, Byron era um intelectual à procura de refúgio (reza a lenda que ele partiu de mala e cuia pouco antes da chegada de credores que vinham tomar sua casa). Porém, até que as chuvas isolassem a casa, o grupo não conseguiu privacidade total: Villa Diodati era observada por curiosos com lunetas, e nos arredores do lago Genebra era comum ouvir histórias de orgias e uso de láudano (um tipo de ópio) no casarão.

A farra no verão gelado inspirou Mary a escrever seu grande romance, mas não acabou com as tempestades em sua vida. Ainda em 1816, sua meia-irmã Fanny cometeu suicídio. No ano seguinte, morreu sua terceira criança, Clara, enquanto a segunda, William, faleceria três anos depois, vítima de malária. Em 1822, Percy Shelley morreria afogado durante um acidente num passeio de barco na Itália.

Berço em comum
Mary enfrentava ainda a dor da falta de reconhecimento. Já em 1824, seis anos depois da publicação da primeira edição de Frankenstein, e quando começavam a surgir as primeiras adaptações teatrais, críticos creditavam a autoria do livro a seu marido. Um debate que, por sinal, persiste. Em 2007, o acadêmico John Lauritsen publicou um livro cujo título, O Homem que Escreveu Frankenstein, já era provocativo por si só. Lauritsen, porém, ia além de argumentos discutidos à exaustão, como o fato de o manuscrito estar repleto de anotações feitas por Percy. Para ele, a profundidade e a complexidade de Frankenstein estavam além da capacidade de uma escritora amadora. "A grande pista é que toda a produção posterior de Mary Shelley é ordinária em comparação com o primeiro trabalho", ele afirma.

E assim, de forma curiosa, lorde Ruthven e Frankenstein compartilham a polêmica em torno da paternidade. Quanto ao berço, que eles também têm em comum, a Villa Diodati ainda existe e continua sendo observada de longe. A mansão fica no fim de uma estrada particular e os donos não permitem visitas, com raras exceções para grupos de estudos literários.

Festa estranha, gente esquisita
As personalidades que se reuniram em Villa Diodati

O assistente

Britânico de ascendência italiana, John Polidori (1795-1821) viajava pela Europa como secretário pessoal de lorde Byron, a quem admirava. Deprimido e cheio de dívidas de jogo, morreu em Londres, aos 26 anos.

O pop star

Lorde Byron (1788-1824) era o exemplo vivo do Romantismo. O autor de Don Juan lutou ao lado da organização italiana Carbonários. Faleceu na Grécia, enfrentando o Império Otomano.

A aprendiz

Depois de Frankenstein, seu romance de estreia, Mary Shelley (1797-1851) escreveu uma novela apocalíptica, O Último Homem, e um livro com registros de viagens. Não resistiu a um tumor cerebral.

A musa

Claire Clairmont (1798-1879) foi a única do grupo a alcançar a terceira idade (ela morreu com 80 anos). Teria sido amante do cunhado, a ponto de um amigo da família, o escritor Thomas Hogg, falar de "Percy e suas duas esposas".

O conquistador

Popular, o autor de Prometeu Libertado era um guru das novas gerações. Há quem diga que Percy Shelley (1792-1822) previu sua própria morte antes de desaparecer navegando na costa da Itália, a bordo de sua escuna Don Juan.

Irmãos no terror
As vidas paralelas do vampiro e de Frankenstein

1816 - A origem
Lorde Ruthven e a criatura do doutor Frankenstein são esboçados durante um verão na Suíça.

1818 - A estreia
Mary Shelley publica Frankenstein, ou O Moderno Prometeu.

1819 - Outra estreia
Chega às livrarias da Inglaterra o conto The Vampyre, de John Polidori.

1820 - Ao vivo
Estreia no teatro Porte-Saint-Martin, em Paris, o espetáculo Le Vampyre, de Charles Nodier. A peça inspira muitas outras.

1823 - Frase marcante
Frankenstein chega ao teatro. Três anos depois, uma montagem traz a famosa frase, que não faz parte da obra original: "A criatura vive!"

1894 - Versão ruiva
O pintor norueguês Edvard Munch pinta a tela Amor e Perdição, em que uma mulher parece morder o pescoço de um homem.

1897 - Nasce drácula
Inspirado em lorde Ruthven, Bram Stocker publica o romance Drácula (acima, a capa da primeira edição).

1910 - Nas telonas
Produzido pela companhia de Thomas Edison, estreia Frankenstein, o primeiro filme inspirado no livro de Mary Shelley.

1922 - Quase um rato
No filme mudo Nosferatu, uma Sinfonia do Horror, o conde Orlock não tem nada de atraente.

1931 - Papel definitivo
Drácula, produção sonorizada com Bela Lugosi no papel principal, inspira dezenas de outros filmes e cria a versão cinematográfica definitiva do vilão.

1931 - Clássico
A exemplo de Bela Lugosi, Boris Karloff faz história em Frankenstein.

1994 - Grande orçamento
Com Robert de Niro no papel principal, estreia nos cinemas uma superprodução inspirada no texto de Mary Shelley.

2009 - Versão teen
Previsto para novembro, estreia Lua Nova, o segundo filme inspirado na série adolescente de vampiros Crepúsculo.

Saiba mais

LIVROS

Mary Shelley, Miranda Seymour, Grove Press, 2002
Uma das mais completas e respeitadas biografias da autora de Frankenstein.

O Vampiro Antes de Drácula, org. Martha Argel e Humberto Moura Neto, Aleph, 2008
Coletânea de textos de ficção sobre vampiros, começando pelo conto de John Polidori.


publicado originalmente em: http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=19832922&postID=755459720234461347

21 de janeiro de 2011

estamos voltando

Quando escrevo sou muito pessoal.Difícil sair algo que seja o contrário e não sei até que ponto desejo que seja assim. Creio que um texto tem que ter, além do estilo do autor, um resquício de alma do pobre coitado. Quero ainda melhorar meu texto e torná-lo mais simples. Escrever dessa forma é uma luta e eu quero vencer essa guerra. Tenho aqui um monte de textos que nunca mostrei a ninguém (poemas, contos, crônicas e uma receita de bolo)e acho que permanecerão inéditos. Relei-os e procuro uma forma de torná-los como quero.
Drummond dizia "Escrever é cortar" (se não foi ele quem disse ao menos deveria ter sido) o duro é botar em prática esse plano infalível. Agora mesmo enquanto escrevo esse texto e fumo um cachimbo (Finamore Capuccino no meu Paronelli 51-A Rustic) penso justamente nisso tudo. Escrever é mais do que uma coisa que faço, é algo que eu gosto de fazer e só faço por isso. A palavra é meu caminho.
Estamos reformulando a revista beatbrasilis e vocês não sabem como isso me deixa feliz, como é bom poder contar com um veículo para escoar o que é produzido. Cheguei a pedir vaga em outra revista e tenho que fazer uma matéria sobre um poeta contemporâneo. Nem tenho que pensar muito sobre quem eu irei escrever.
Bem, é isso. Agora tenho que ir resolver a burocracia da vida inicial de um professor.

19 de janeiro de 2011

quase uma oração

Merda
Caetano Veloso
Composição: Caetano Veloso

Nem a loucura do amor
Da maconha, do pó
Do tabaco e do álcool
Vale a loucura do ator
Quando abre-se em flor
Sob as luzes no palco...

Bastidores, camarins
Coxias e cortinas
São outras tantas pupilas
Pálpebras e retinas...

Nem uma doce oração
Nem sermão, nem comício
A direita ou à esquerda
Fala mais ao coração
Do que a voz de um colega
Que sussurra "merda"...

Noite de estréia, tensão
Medo, deslumbramento
Feitiço e magia
Tudo é uma grande explosão
Mas parece que não
Quando é o segundo dia...

Já se disse não
Foi uma vez
Nem três, nem quatro
Não há gente, como a gente
Gente de teatro
Gente que sabe fazer
A beleza vencer
Prá além de toda perda...

Gente que pôde inverter
Para sempre o sentido
Da palavra "merda"
Merda! Merda prá você!
Desejo
Merda!
Merda prá você também
Diga merda e tudo bem
Merda toda noite
E sempre, amém.

16 de janeiro de 2011

arquivo pessoal

9s?

O ano começou com novidades. Ontem tive a minha primeira reunião com o Ágape. Foi produtiva e interessante. É claro que me receberam muito bem e espero que dessa vez consigamos desenvolver um trabalho com resultado para ambos os lados. Mas já deixei claro que não uso uniforme ashduhasudha.


Vem mais novidades por aí, questão de tempo e um pouco de paciência mas garanto que será uma coisa interessante para todos. Bem por enquanto aqui tudo calmo... cuidando dos filhotinhos da Nena que ficam caindo da casinha a todo instante. Desconfio que estejam fazendo isso de propósito. rs

As saudades continuam.

Existem alguns poemas em meu caderno de rascunho que ainda não postei aqui, não é a falta de tempo não, mas creio que ainda falte algo a eles.

Pretendo também resgatar um pouco de meus registros em matérias de TV mas ainda não sei como poderia fazer, estou estudando o assunto.

11 de janeiro de 2011

Entrevista com Sylvio Passos - O RRC está de volta!

O Raul Rock Club, mais importante fã-clube dedicado a Raul Seixas, está de volta à ativa após mais de um ano parado. E para falar sobre essa nova fase do RRC, o Memorial Raul Seixas Blog entrevista Sylvio Passos.






MRS - Sylvio, apenas recapitulando, por que você encerrou as atividades do Raul Rock Club em setembro de 200
9?

Sylvio Passos - De repente, os bastidores do reino raulseixisticko foram acometidos por 4 dos 7 Pecados Capitais (a saber: A Inveja, A Avareza, A Ira e A Soberba) e acabou sobrando até para mim. Prefiro não voltar a falar sobre isso. Você mesmo pode conferir tudo acessando http://revistaepocasp.globo.com/Revista/Epoca/SP/1,,EMI103366-17276,00.html.

MRS - Você chegou a pensar em desativar o RRC definitivamente?
Sylvio Passos - Sim. Quando essa falta de bom senso se fez incontrolável e insana, pensei em abandonar tudo definitivamente. Fiquei muito chateado e abalado com tamanha crueldade, sujeira e toda sorte de mazelas (tive, inclusive, problemas de saúde por conta disso). Principalmente por virem me atacar levianamente, mesmo sabendo de todas as minhas condições. Maldade pura, sabe? Mas, com o passar do tempo e o apoio de inúmeras pessoas do meio artístico, jornalistas, familiares e amigos de Raul, me acalmei. Mas não tinha mais tesão pra mexer em nada. Depressão. Tristeza. Eu estava feito cachorro que caiu do caminhão de mudança. Por outro lado, existia o imenso público de Raul pedindo pra eu não abandonar o barco, alguns com duras críticas e outros mais solidários. Foram praticamente 18 meses de reflexão até que, em novembro/dezembro de 2010, resolvi que voltaria com o Raul Rock Club em respeito, primeiro, à memória daquele que, além de meu amigo, era meu ídolo e também por respeito ao público que nada tem a ver com a guerrinha de vaidades inflamadas, egos feridos e luta por poder. Dia 17 de dezembro de 2010 foi a data que escolhi para voltar às atividades com uma festa de final de ano numa casa de Rock and Roll na Rua Augusta.


MRS - Sylvio, você repensou sobre a forma que fã-clube atuava? O RRC voltará diferente?
Sylvio Passos
- Sim. Tudo será diferente, nada será como antes. Vai dar muito trabalho, muita dedicação. Sempre pensando no principal objetivo do Raul Rock Club: A preservação da memória de Raul Seixas e divulgação de sua obra. Esses sempre foram os principais motores do fã-clube.





MRS - O que o público raulseixista pode esperar do RRC em 2011?
Sylvio Passos
- Não quero criar expectativa nenhuma no público. Acredito que o simples fato de reativar o Raul Rock Club, como pude notar depois que divulguei que estaria voltando, já deu alegria pra galera. Estou com mil idéias na cabeça e aos poucos elas estarão sendo divulgadas no site do Raul Rock Club.


MRS - Nos últimos tempos, parece que tudo que envolve o nome de Raul Seixas acaba em confusão. Exemplos disso, além do próprio RRC, são o DVD de Zé Ramalho e o CD de Vivi Seixas. A reativação do Raul Rock Club é um sinal de as coisas vão melhorar ou continuaremos a ver brigas de interesses prejudicando a própria obra de Raul?
Sylvio Passos
- Espero, sinceramente, que todos esses problemas em torno do nome de Raul sejam resolvidos o quanto antes. Afinal, por conta disso, muitos projetos foram arquivados. Editoras, gravadoras, produtores nem querem mais saber de lançar nada que leve o nome, a imagem ou a voz de Raul Seixas. Às vezes, me parece que estão querendo aniquilar Raul Seixas dos anais da história da música produzida no Brasil. E a pergunta que me vem à mente é: Por quê? Mas a minha decisão de voltar não tem absolutamente nada a ver com isso. Eu simplesmente decidi que iria reativar o Raul Rock Club em respeito ao público e a memória de Raul para que ele não seja morto mais uma vez, como falei antes. E tenho certeza que, se depender de mim e do imenso público espalhado pelo Brasil e pelo mundo, isso não vai acontecer mesmo.

MRS - Sylvio, obrigado por não desistir e continuar lutando pela memória de Raul. Parabéns e muito sucesso!
Sylvio Passos - Eu é que fico agradecido e espero poder contar com o apoio e a compreensão de todos para que a bandeira do raulseixismo não seja sepultada junto com aquele que foi e continua sendo, senão o único, um dos nomes mais importantes do cenário musical brasileiro, mesmo que uns não queiram e lutem para destruir tudo que ele construiu.




fonte:
http://memorialraulseixas.blogspot.com/

10 de janeiro de 2011

eu te vejo como mulher

sabe que
quase te peguei dentro daquele banheiro
sim
mas tenho essa cabeça que não pára
sabe que eu faria agora se vc estivesse aqui?
te beijaria a boca
e te colocaria contra a parede
morderia teu lábio...
agarraria o cabelo de tua nuca
quer que eu pare?
eu beijaria teu pescoço
e arranharia tuas costas
te viraria de frente para a parede
e beijaria tua nuca
tocaria teus seios por sobre a roupa
e
seguraria tua cintura bem firme contra meu corpo
quer mais?
eu te tocaria de leve
e morderia tua orelha
e te perguntaria bem baixinho no ouvido
então eu me ajoelharia
na sua frente
e desabotoaria sua calça
e te tocaria
sentindo e vendo seu corpo querendo mais
eu te beijaria de leve

e depois passaria minha língua
e te faria gozar
sabe que gostaria de te deitar no chão,,,
estamos em um banheiro lembre-se
e tiraria minhas calças
eu abriria tuas pernas e iria entrando em vc
com calma e carinho
até o fim
eu iria entrando em vc e vendo seus olhos
sua boca linda
ameaçando um sorriso
e suas mãos se fechando em meus braços
e vc mordeira meu peito
e eu sentiria seu corpo se retraindo
e meu ritmo aumentando
e haveria uma luz entre nossos corpos
e eu ficaria dentro de vc, querendo permanecer ali
como um anjo caído, procurando um sentido
e vc me receberia entre suas pernas e braços
e gozaríamos juntos
seria bom...

9 de janeiro de 2011

para você. com encanto da lua

Teus seios cobertos
Pequena faixa de tecido
Que não permite
O toque.
Em teu sexo repousa
Uma alma liberta
Sem medo
Sem calmaria.
Urgência que toma conta do corpo
E pinto o céu em tua pele
Com minha língua pincel.
E me suga num beijo
Sua língua me percorre
Me deixa calmo entre tempestades
Me excita o espírito
Ereto poeta sem pudores
Te aliso as nádegas
Sussurro em teus ouvidos
Beijo tua nuca e costas
Te acendo
Me aceite entre tuas pernas morenas
Me convide a entrar
E permanecer até o fim
Porque é retorno esse caminho
Em que me perco
Cego de tesão
E louco de sentidos.
Em minha boca rosados mamilos
Já desnudos.
Minha boca vai pelo teu corpo,
Procuram teus lábios carnudos
Quase tímidos em sua intimidade
Entre colunas que sustentam teu corpo
E segura meus cabelos e arfa, geme, se contorce.
E desprovida de pelos me recebe novamente
Minhas mãos sentem seus contornos
Bunda que os anjos desenharam.
E me lambe a boca
Morde meus lábios
Enquanto ri e goza nossa tarde
O tempo líquido abandona o corpo

5 de janeiro de 2011

Evoé Nelson Santana Junior.


Sim, parece que foi de repente, mas não foi. É claro que a muitos parecerá estranho aquelas portas fechadas em definitivo (será?), mas o próximo passo se fez necessário e eu fiquei aqui, sentando e pensando enquanto fumo meu Phillies Blunt e reavalio tudo o que sei, do pouco que sei, e faria o mesmo. Saber reconhecer uma chance de fazer valer o sonho e o suor da criatividade é também uma arte.
Claro que fico assim meio órfão porque o espaço havia se tornado um tipo de escritório e no último mês havia se tornado de fato. Ganhamos um espaço para poder dar vazão ao que queríamos promover culturalmente em nossa cidade. Reclamamos muito de que não há espaços aqui para que possamos realizar encontros e saraus e coisas afins. Mas cabe a nós ir cavando esses pênaltis. Me lembro sempre que quando formamos a primeira geração de poetas livres em Cuiabá a idéia era levar o poema para as praças. E me divertia quando subia nas mesas de concretos destinadas ao carteado e recitava a plenos pulmões um pouco de Castro Alves, Pessoa, Maiakovski e meus próprios. Porque aqui não?
Conheci Nelson Santana em 2008 através da Lígia Coelho que me levou ao espaço. Desde o início ele abriu as portas da BelasArtes para as intervenções que pudéssemos apresentar ali. Demorou um ano até que surgisse o projeto de Sarau que tive o prazer de comandar.
Ali levei a cabo muita coisa porque simplesmente havia o desejo dele, Nelson, de mostrar o óbvio. O espaço era massa porque as pessoas fizeram dele o que ele representava. É claro que as instalações eram convidativas e extremamente aromático. Penso agora, tenho que encontrar um bom café para apreciar.
Se você não conheceu Nelson Santana Jr não sabe o que perdeu. Um cara alto, magro e com um rosto que, a princípio, parece sério demais. Mas é um fanfarrão disfarçado em lorde inglês. Boa praça e um papo descontraído. Torço muito por seu próximo passo. Fico imensamente grato a ele pela confiança nas realizações e por ter me proporcionado o simples da normalidade que sempre busquei e poucas vezes tive.
Esse rapaz, meninão crescido, fez a logo da Ágora Cultural, assim como fez da Evoé com uma simplicidade e beleza que só os doidos possuem. Agradeço a ele por isso também. Mas creio que a gratidão maior fica por conta da amizade que oferece de peito aberto. Por isso digo... Evoé Nelson!!!

4 de janeiro de 2011

primeiro poema de 2011


De repente Carol Piva


De repente, no meio da noite,
Um grito me saúda
Vem da Valquíria musa de si mesmo
Que conheço há pouco.
Ri com a alma,
Boca aberta ao tempo
Riso de quem salta as tristezas
Mas não esqueces os espinhos.
Afinal os dias irão se suceder
E o que viveu ficará
Gravado em relevo nessa alma
Que se liberta em momentos inesperados.
Como definir a luz que entra rasgando a escuridão
Em uma noite esquecida?
A gente vai vivendo simplesmente,
Mas sempre tendo na memória
A beleza e o som da risada de Carol.

eras...

Hoje, vocês ainda não sabem, mas foi decretada o fim de uma era. Um ponto de minha história começa a fechar as portas em definitivo e infelizmente. Claro que irão me dizer que tudo é assim mesmo e que algumas coisas tem que terminar para podermos viver outras histórias.

Como todos sabem eu sai da Cia Ágora de Teatro mais ou menos em novembro passado. O motivo não foi de briga ou de discussões como alguns dizem, foi simplesmente de não me sentir contente com o rumo, ou a falta de... Continuo respeitando Fábio Dias e o mantendo como meu amigo particular. Hoje foi feita uma reunião e decidimos (Marcel e eu a convite do Ponto de Cultura) pela retomada de um projeto nosso que acabou engavetado. O audiovisual voltará a ser discutido e visto em nossa cidade. Em breve divulgo mais.Boas ideias veem por ai.