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31 de julho de 2009

Estou aqui lendo "Tristessa" do Kerouac e ouvindo o programa "A Trilha do Blues" apresentado pelo Rogério Ribon aqui na Educativa FADAP. Lá fora bate um frio e Baby Face me liga dizendo que vem subindo aí. Massa!
Mas voltei aqui hoje para poder postar um trechinho de nada, algumas linhas na realidade, desse livro que a L&PM editou.

"Desde os tempos imemoriais e adentrando o futuro sem fim, os homens amaram as mulheres sem dizer, e o vazio não é o vazio porque não há nada para ser esvaziado.
Estás aí, Senhor estrela? - Suave é o chuviscas que perturbou minha calma."
Ah antes que me esqueça!! Com o fato da FAP ter adiado o retorno das aulas para o dia 17 de agosto, seguindo recomendações da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, os eventos do curso de letras previstos para o segundo semestre ficam cancelados. É uma pena mas temos que saber das escolhas.
O projeto que bolei ainda no início do ano chamado "Letras em Cena" aconteceria agora no fim de agosto e em uma conversa via MSN com o coordenador do curso Prof. Márcio Roberto Pereira eu pedi o cancelamento do evento por compreender que ficaria inviável a realização ele me disse que na verdade não teríamos tempo para os eventos.
Então fica aqui dado o toque aos amigos que iriam participar dos eventos. Qualquer novidade eu os aviso.
Hoje completo um ano aqui na Fap. Caramba foi um ano cheio de supresas e realizações que vivi com o mesmo destemor que procuro levar nos olhos. Mas sorrio por outros motivos. Sorrio por você que me mostra um bom motivo para ter um amanhã. Sorrio por que meus poemas voltaram a ser bons, voltaram a falar de carinho, de se importar, de se querer bem a alguém que realmente vale a pena.
Estou tossindo um pouco e os meus ombros doem a cada golpe do diafragma. O corpo responde pela inabilidade que tenho em cuidar de minha saúde de forma adulta. rs Durante a noite me mexi pouco, fiquei ouvindo no mp3 a gravação que me enviaram, tão bom sentir-se bem quisto realmente.
Aqui no estúdio está um silêncio filho da puta. Acabei de ler um conto do Ravazi no Marginália (www.projetomarginalia.blogspot.com)e também o de Nina, ambos parecem esmiuçar um pouco de minha personalidade. No dele a minha insônia e o humor que ele tem é bem parecido com o meu. No de Nina a busca do eu escritor pelo encanto da escrita que, às vezes, julguei ter perdido e tem até alusão a uma Remington (fiz menção a uma que tenho num post publicado aqui mesmo no dia 01 de julho "O Passado é uma Remington"). Coincidência???? Não sei não. Acho que reencontro seja a palavra mais correta. O que importa é que o sonho anda se realizando. Nem direi mais nada pra não comprometer, é melhor guardar... rs

30 de julho de 2009

Simpósio Brasil França

Data: 02/09/2009 a 03/09/2009
Hora: manhã, tarde e noite
Local: FCL Assis- Anfiteatro Meirisse e Salão de Atos
O Simpósio Brasil França: Diálogo entre dois países e duas culturas, promovido pelo Departamento de Literatura da UNESP/Assis, a ser realizado nos dias 2 e 3 de setembro de 2009, em comemoração ao ano França-Brasil, propõe refletir as relações culturais entre os dois países, por meio de palestras, mesas-redondas, comunicações e projeção de filmes.

Responsável: Departamento de Literatura
E-mail: simposiobrasilfranca@assis. unesp.br

29 de julho de 2009

MINHA HISTÓRIA DE AMOR

The Ballad Of John And Yoko
The Beatles
Composição: Lennon / McCartney

Standing in the deck at Southhampton
trying to get Holland or France
the man in the mac said, "You've got to go back"
you know they didn't even give us a chance

Christ you know it ain't easy, you know how hard it can be
the way things are going they're going to crucify me

finally made the plane into Paris
honeymooning down by the Seine
Peter Brown called to say,"You can make it OK,
you can married in Gibraltar near Spain"

Christ you know it ain't easy, you know how hard it can be
the way things are going they're going to crucify me

Drove from Paris to the Amsterdam Hilton
talking in our beds for a week
the newspaper said "say what're you doin' in bed?"
I said "we only try to get us some peace"

Christ you know it ain't easy, you know how hard it can be
the way things are going they're going to crucify me

saving up your money for a rainy day
giving all your clothes to the charity
last night the wife said "oh,boy when you're dead,
you don't take nothing with you, but your soul, think!"

made a lightning trip to Vienna
eating chocolate cake in a bag
the newspaper said "she's gone to his head,
they look just like 2 gurus in drag"

Christ you know it ain't easy, you know how hard it can be
the way things are going they're going to crucify me

caught the early plane back to London
fifty acorns tied in a sack
the men from the press said " we wish you success,
It's good to have the both of you back"

Christ you know it ain't easy, you know how hard it can be
the way things are going they're going to crucify me

a uma doce menina

Segure em minha mão.
o dia vem chegando e não quero te perder no fim do sonho.
o arrepio em meu corpo tem o tamanho do desejo.
é a paixão que me ajuda no próximo passo.
O sol vem banhando de luz os telhados,
o topo do mundo fica em teu seio
eu escalo e alcanço o gozo.
Tua alma baila com a minha
em meio a luz que te reflete em minha retina.
belo reflexo de sonho.
Me deixa bambas as pernas,
as mãos trêmulas
como quem corre atrás do vício.
Como quem vive sem medo, como quem se entrega ao abismo.
não tenho medo da queda.
somos anjos e sou ainda teu Corifeu.
Celebremos esse encontro com um brinde de nossos lábios,
Celebremos a doce loucura da paixão.
Não tenhamos medo, tenhamos urgência do outro.
Esquece o relógio, esquece o tempo e se entregue
como eu mesmo fiz.
Aninhe-se em meu peito e venha se banhar em meus beijos
Aninhe-se em meu peito e deixe o tempo passar,
nos alimentaremos de nós.

28 de julho de 2009

Aconteceu???
Sai do estúdio e caminhei debaixo da chuva fina e fria.
eu sorria, debaixo da chuva e do frio eu estava aquecido,
como quem ganha um colo depois do gozo.
passo após passo, cigarro após cigarro...
e ainda te sentia me abarcando o corpo,
me sugando a língua.
Não sabia para onde meus passos levavam,
igual uma folha no vento, bailando no gostoso espaço
nada mais santo do que a loucura dos espíritos que se encontram
antes do anoitecer.
e brincamos com o fogo da criação,
somos deuses e demônios criando na noite plena.
Em casa nada funcionava, tudo parecia me empurrar pra cama
e cedi.
mas como dormir se seu sorriso não saiu da minha cabeça???
sei que hoje estava outro, mais calmo e feliz.
por você e por mim.
Aconteceu???
Sai do estúdio e caminhei debaixo da chuva fina e fria.
eu sorria, debaixo da chuva e do frio eu estava aquecido,
como quem ganha um colo depois do gozo.
passo após passo, cigarro após cigarro...
e ainda te sentia m abarcando o corpo,
me sugando a língua.
Não sabia para onde meus passos levavam,
igual uma folha no vento, bailando no gostoso espaço
Nada mais santodo que a loucu dos espíritos que se encontam
antes do anoitecer.
e

27 de julho de 2009

Você nem se importa
com os homens que sonham
com seus beijos
e carinhos
com seu cheiro
com o que você deixa de solidão.
Você não leva a sério
os olhos úmidos e que ardem pelas lágrimas
e o desarranjo que tuas pegadas deixaram,
e o carinho que suas mãos levaram
fizeram falta em um dia como hoje.
Por que você deixa esse abandono existir
Esses planos que nunca chegarão à realidade
Amarelarão com o tempo
Secarão como as flores colhidas
E se perderão como os beijos não dados.
Eu só posso sonhar

24 de julho de 2009

ah
agora entrei numa de tradudor do velho Buck... r espero que gostem



PARA A PUTA QUE LEVOU MEUS POEMAS

Alguns dizem que devemos eliminar do poema
Os remorsos pessoais,
Permanecer abstratos, há certa razão nisto. Mas
Por Deus!
Doces poemas perdidos e não tenho cópias!
E você também levou meus quadros, os melhores!
É intolerable!
Trata de me poder como aos demais?
Por que não levou meu dinheiro? Geralmente
O tiram do que dormem e bêbados de calças doentias no campo.
Da próxima vez leve meu braço esquerdo ou um bilhete de cinquenta,
Mas meus poemas não.
Não sou um Shakespeare
E vai que algum dia já não escreva mas,
Abstratos dos outros;
Sempre haverá dinheiro e putas e bêbados
Até que caia a última bomba.
Mas como disse Deus
Cruzando as pernas:
”vejo que criei muitos poetas
Mas não muita poesia.”


CHARLES BUKOWSKI
(traduzido em 24 de ulho de 2009, madrugada)
o dia começou com um chuva fria e sem vontade nenhuma de vr trabalhar, mas quem tem tem medo.rs Ainda bem que vim por que além de aqui estar quentinho eu recebi um e-mail quilométrico de Lisa. Isso me deixou calmo e feliz por finalmente ter alguma notícia dessa menina que é muito querida por mim.
tive que desmarcar uma reunião agora cedo e ainda tenho que decidir algumas coisas... a manhã não irá passar tão rápido assim.

22 de julho de 2009

UMA JUSTA HOMENAGEM AO PAI DA FILHA DO POETA

O soneto abaixo é de autoria do poeta baiano Tude Celestino que é pai de uma grande amiga minha Tina Tude. O Centro de Cultura de Lauro de Freitas – CCLF sediou, nesta terça (21), o encontro de poetas, artistas, políticos, familiares e amigos do poeta IPITANGUENSE Tude Celestino. O evento é em prol da mudança do nome do CCLF para Centro de Cultura Tude Celestino, para homenagear o poeta, figura que representa a efervescência e a multiplicidade cultural da cidade.

A atriz Tina Tude recitou, dentre outras, a poesia “O ás de ouro”, de autoria do homenageado, juntamente com Rick Vieira ao violão. Ao final da declamação, foi aplaudida efusivamente de pé pela plateia que lotou o teatro. A dupla Palmira e Levita também apresentaram um show musical. Carlos Ventura encerrou o evento cantando e encantando com suas músicas.

O troféu Tude Celestino foi entregue a entidades e personalidades de Lauro de Freitas que se destacam na luta por cidadania e cultura: Sociedade Cultural Távola, Portal Vilas, União dos Artistas de Lauro de Freitas – Unialf, projeto Amantes do Conhecimento, Lauro de Freitas TV, dentre outros.

Autoridades como o vice-prefeito, secretário de cultura, vereadores, professores, historiadores e pesquisadores se manifestaram em prol da luta pela mudança do nome do centro de cultura, demonstrando que Tude Celestino foi e é um verdadeiro representante da cultura local, merecedor, portanto, da distinção.

Um abaixo assinado foi lançado durante a festa, e se encontra à disposição nos seguintes locais:

CENTRO DE CULTURA
SECRETARIA DE CULTURA
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
CÂMARA DE VEREADORES
BARRACA DA GÁVEA

INFORMAÇÕES
Tina Tude
tudetina@hotmail.com
projetoatitude@pmlf.ba.gov.br
(71) 8846-1937




Boêmio II

(Tude Celestino)

Boêmio, eu não sei porque tão desregrado
Trocas assim teu lar pelo antro da taberna,
E a saúde destróis e tua alma tão terna
Arrastas pela rua como um desvairado.

Num poema genial, no bar improvisado,
Retratas no asfalto o homem da caverna,
E os copos se sucedem e lá por fora inverna,
E num verso profano o vinho é sublimado

E a noite avança, e enquanto o lar te espera em calma,
Na madrugada fria, com a mente em brasa,
Desvendas insensato os teus segredos d'alma

E já manhã agora, a dúvida o situa,
Entre o dever imperioso de ir pra casa
E uma vontade louca de ficar na rua.

21 de julho de 2009

encontrei esse poema amassado em um canto de uma das gavetas de minha escrivaninha, não me lembro o motivo que me levou a destiná-lo morrer assim rs.

Talvez haja mais exposto do que está
à venda.
Há uma estranha fogueira no meio da sala.
seremos os próximos a encarar o fogo.
ela diz coisas insanas
sentada no pêndulo do tempo
balançando como estrela.
relembrando um antigo fantasma
jogando dados entre flores mortas.

o que será que ela quer?
cercada de atenção por todos os lados.

20 de julho de 2009

ando trabalhando em meu romance... está sendo difícil, mas me dando prazer...
volto logo logo com novidades
ando trabalhando em meu romance... está sendo difícil, mas me dando prazer...
volto logo logo com novidades

14 de julho de 2009




eu a via, pela tela
como uma representação de um anjo
que veste preto e tem o olhar triste.
minha palavra sempre esteve presa a esse desejo
de trazer a essa imagem um pouco de sangue,
um tantinho de vida.
Você, ali na tela, não me confortava
queria saber da sua temperatura e
em quais pedras seus pés tocam.
quero saber qual é a música que
você elegeu como tema do teu dia.
seu sorriso aprisiona o meu de uma forma leve
como um sonho que não termina.
e você me diz coisas simples que me fazem calmo.
gostei do primeiro passo,
a caminhada será longa...
eu a via, pela tela
como uma representação de um anjo
que veste preto e tem o olhar triste.
minha palavra sempre esteve presa a esse desejo
de trazer a essa imagem um pouco de sangue,
um tantinho de vida.
Você, ali na tela, não me confortava
queria saber da sua temperatura e
em quais pedras seus pés tocam.
quero saber qual é a música que
você elegeu como tema do teu dia.
seu sorriso aprisiona o meu de uma forma leve
como um sonho que não termina.

quem não assisitir tá fu....


descolei uma entrevista com o Fernando Meirelles, diretor da minissérie "Som & Fúria" da Rede Globo. Muito bom esse programa e eu indico viu. Um Bom elenco e uma dinâmica difícil de ver em nossa teledramaturgia....




Como foi o seu contato com o texto original, “Slings and Arrows”?


Fernando Meirelles: O produtor canadense do filme “Ensaio sobre a Cegueira” me mandou a série “Slings and Arrows”, para eu conhecer seu trabalho. De cara me encantei com o que vi. Televisão que consegue falar de Shakespeare de forma inteligente e acessível ao mesmo tempo não é fácil de encontrar. A série consegue falar com o espectador que gosta de novela e quer apenas rir para esquecer o dia pesado, como com o crítico de teatro saído da academia. Comprei o projeto logo depois que terminei as filmagens de “Ensaio sobre a cegueira’”, mostrei para o Guel Arraes, da Globo, que gostou, e daí a coisa andou.


Como foi a escolha do elenco para “Som & Fúria”?

São mais de 120 atores. A responsável pelo elenco da minissérie foi a Cecília Homem de Mello, que é um dos destaques em “Som & Fúria” como a personagem Ana. Alguns atores são mais conhecidos do público, como Andrea Beltrão, Pedro Paulo Rangel, Daniel de Oliveira, Maria Flor, Dan Stulbach, Regina Casé, Débora Falabella, Rodrigo Santoro, Paulo Betti. Há também muita gente nova ou vinda do teatro: Gero Camilo, Maria Helena Chira, Juliano Cazarré, Antônio Fragoso, a própria Cecília, entre muitos outros. O destaque é a volta de Felipe Camargo, que andava meio longe da TV e faz o protagonista. É um ator com o estofo necessário para um protagonista e, por não termos visto seu trabalho por tanto tempo, traz ainda um frescor que é uma delícia. A Andrea Beltrão me tirava da cadeira todo dia no set de “Som & Furia”. A mulher é um furacão. E foi a primeira vez que eu e o Rodrigo Santoro trabalhamos juntos. Ensaiávamos há algum tempo e deu certo agora.

Como é fazer um projeto voltado para a TV aberta?

Há sete anos a O2 tem uma parceria com a Rede Globo. Estive envolvido em “Cidade dos Homens” e “Antônia”, ou seja, tenho feito bastante TV nos últimos anos. Neste aqui faço a direção geral, mas temos outros quatro diretores que também dirigem: Toniko Melo, Gisele Barroco, Fabrizia Pinto e Rodrigo Meirelles. A Globo sempre nos deu total liberdade de trabalho e os nossos parceiros criativos ali são o Guel Arraes e o Jorge Furtado, pessoas das quais particularmente sou fã e com quem me sinto privilegiado em trocar ideias. Adoro a rapidez da televisão, a resposta imediata de público, a leveza. Comecei minha carreira fazendo TV e entendo que na televisão a audiência tem o controle remoto nas mãos, é como disputar um jogo minuto a minuto. Tenho isso sempre em mente e faço TV como um jogador de tênis que não pode se dar ao luxo de errar um saque.

Fique por dentro!

13 de julho de 2009



Charles Bukowski nunca foi um autor precoce. Apesar de escrever desde muito cedo e ser um escritor prolífi co, só foi se dedicar plenamente à literatura aos 49 anos, depois que seu agente, John Martin, lhe ofereceu um cheque mensal de 100 dólares para que largasse o emprego que tinha nos correios. No Brasil, a trajetória do Velho Safado, como era conhecido, também foi tardia. Cartas na rua, um de seus romances mais célebres, chegou por aqui apenas nos idos dos anos 1980, quando a escrita rápida e singular do autor foi apresentada aos leitores brasileiros.

O que não impediu que Bukowski, morto em 1994, virasse um dos escritores mais cultuados no Brasil e servisse como espelho para diversos autores tupiniquins, que se encantaram com sua prosa recheada de personagens outsiders. As desventuras do beberrão Henry Chinaski fi sgaram toda uma geração de leitores, que se viram hipnotizados pela narrativa sarcástica e bem-humorada do norte-americano.

O dramaturgo Mário Bortolotto foi um desses leitores atraídos pela narrativa “sem frescura” do autor de Notas de um velho safado (esgotado). “O meu primeiro contato foi com um texto de Reinaldo Moraes no Primeiro Toque, que era um informativo da editora Brasiliense. Ele estava traduzindo o livro Mulheres e escreveu sobre. Gostei de imediato. Eu não tinha dinheiro para comprar livros naquela época. Mas achei um exemplar de Cartas na rua na biblioteca e fiquei lendo lá mesmo. Fiquei chapado”, lembra Bortolotto.

Alter ego do escritor, Chinaski aparece nos melhores momentos da obra de Bukowski, tornando mais verossímil aquilo que o estilo único do autor trata de deixar acessível, rápido e divertido. Foi assim que Chinaski se tornou um personagem ao mesmo tempo caricato e muito real. O que o faz parecer “um amigo muito próximo”, na defi nição de Bortolotto.

Segundo o tradutor Pedro Gonzaga, da editora gaúcha L&PM, a objetividade parece ser um dos grandes atrativos de Charles Bukowski. Para ele, trata-se de um autor que, para além dos aspectos mais folclóricos de sua obra – como o sexo e a bebedeira –, conta histórias de modo direto, sem rodeios, o que causa um impacto tremendo, principalmente quando se é jovem. “Há algo de direto no estilo do Bukowski, de uma secura que não é a de Hemingway ou a de outros americanos, como Raymond Carver. É uma secura que impressiona por sua aparência de honestidade, de desapego, algo que fala para a solidão dos que vivem na cidade”, afi rma Gonzaga, que foi responsável por verter para o português várias obras do Velho Safado.

Ernest Hemingway e John Fante, além dos poetas Walt Whitman e Robinson Jeff ers foram os seus grandes heróis literários. De Hemingway, Bukowski claramente tratou de surrupiar a concisão; de Fante, os capítulos curtos, com muitos diálogos. Eram leituras de primeira linha para alguém que criou um alter ego fanfarrão e, em alguns momentos, bastante rude, o que contribuiu para a opção pelo texto autobiográfi co. O estilo casou perfeitamente com a vida desregrada, cheia de desilusão, porres homéricos e falta de dinheiro que o autor teve em grande parte de sua existência. A esses elementos, que se tornaram sua marca, Bukowski acrescentou boa dose de imaginação (o que, para ele, era apenas uma maneira de “melhorar” o que acontecia no seu cotidiano).

Mas, ao contrário do Henry Chinaski dos contos e romances, Bukowski era uma pessoa culta, que além de Ezra Pound e Whitman, gostava muito de música clássica. Facetas que sua predileção pela anarquia tratava de camufl ar. Aliás, o mito boêmio e maldito que acompanha sua fi gura trouxe não só fama, mas também incompreensão. Associações equivocadas com os poetas beatniks – grupo do qual nunca fez parte – e leituras enviesadas de seu trabalho, que celebram mais o outsider do que o escritor, são consequências diretas do mito que Bukowski fez questão de alimentar ao longo da vida.

BARDO ESQUECIDO
Tanto que a face menos conhecida de Bukowski no Brasil é justamente a de poeta. Desde que se tornou conhecido por aqui, as editoras deram sempre ênfase à produção em prosa do escritor, negligenciando sua poesia. Nos Estados Unidos, por exemplo, seus poemas são tão apreciados quanto os contos e romances. Seu sucesso como poeta era tamanho que, diz a lenda, o fi lósofo Jean- Paul Sartre teria dito, nos anos 1970, que Bukowski era “o maior poeta vivo da atualidade”. Como tudo o que envolve Bukowski é controverso, nem mesmo um de seus biógrafos, Howard Sounes, sabe precisar se a declaração realmente existiu.

E foi justamente por conta dessa lacuna nas traduções de Bukowski que alguns fãs do bardo americano resolveram criar a Spectro, uma editora catarinense, com sede em Florianópolis, que já lançou quatro livros com poemas dele. Formados em Letras, Fábio Soares, Gerciana de Espíndola e Sigval Schaitel trabalharam juntos na difícil tarefa de traduzir os poemas cheios de gírias de Bukowski.

“Já éramos fãs do velho Buk e tínhamos lido tudo o que havia saído por aqui. Aí fomos atrás dos poemas, comprando livros pela internet. Foi uma segunda descoberta de Bukowski, porque vimos que os poemas eram ainda muito melhores que a prosa. Daí a necessidade de começar a publicar os poemas aqui no Brasil”, explica Fábio Soares, para quem a poesia de Bukowski é o aprimoramento daquilo que o escritor aprendeu com Walt Whitman no verso e com John Fante na prosa. “Ele consegue pegar qualquer fato cotidiano, por mais banal ou mundano que seja, e transformar em literatura, boa literatura.”

Ironicamente, foram os traços mais marcantes da obra de Bukowski que fi zeram dele um autor pouco requisitado pela crítica. O texto enxuto e autobiográfi co, que associa vida e literatura, é visto, por parte dos críticos, como prova das limitações de Bukowski como escritor. O que para o fã Bortolotto não passa de crítica vazia, já que o Velho Safado, 15 anos depois de sua morte, continua sendo lido e infl uenciando novos escritores.

“Tentem então escrever como ele. Não conseguem. Alguns escritores enrolam, porque não têm nada a dizer. É só uma cortina de névoa na cara dos leitores. E alguns, que tentam escrever como ele porque acham que é fácil, acabam fi - cando chatos e superficiais.”





CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE FANTE

Ídolo de Bukowski, o escritor John Fante faria 100 anos em 2009. O Velho Safado conheceu-o ainda na juventude, ao vagabundear pelos corredores da Biblioteca Pública de Los Angeles, tirando livros e mais livros em busca de algo que lhe aliviasse a alma, quando encontrou “ouro no lixo”. Era uma edição carcomida de Pergunte ao pó (esgotado), obra que salvaria sua vida e lhe daria as bases para a literatura solta, rápida e irônica que desenvolveu.

Nascido em 1909 em Denver (EUA), Fante era fi lho de imigrantes pobres vindos da Itália. E sua literatura está totalmente calcada na origem precária que teve. Seu personagem principal, Arturo Bandini, é um aspirante a escritor sem recursos, mas que não deixa a má sorte e as difi - culdades lhe tirarem a pompa de grande escritor. Sem reconhecimento algum, Bandini vive muitas desventuras na cidade grande: mora em hotéis baratos, passa fome e se embebeda sempre que pode.

Daí o fascínio de Bukowski pelo italia- ninho de Fante, já que Henry Chinaski é uma espécie de Bandini escrachado, mais bêbado e com menos escrúpulo. Assim como seu personagem, Fante teve pouco reconhecimento literário em vida. Durante 40 anos, foi roteirista de Hollywood ao lado de nomes como Francis Scott Fitzgerald. Sua trajetória literária só começaria a mudar a partir dos anos 1980, quando a Black Sparrow Press, que editava os livros de Bukowski, resgatou Pergunte ao pó (Ask the Dust) do limbo.
Foi a vez de Bukowski salvar Fante.

6 de julho de 2009

MISS M.

Como você deixa isso acontecer?
deixo aqui guardado esse amor
ele fica como em caixas
esperando ser redescoberto, ser vivido.
Como podemos ser tão distantes minha lua?
Aparece e vem receber o abraço e o beijo
que guardo para você há tanto tempo.
Não me deixe mais sem seu perfume
ou sem saber de seus sonhos.
Me deixe lutar ao seu lado,
estou sempre pronto.
Me deixe ser seu guardião, venha para meu abraço
aqui há o teu espaço e o teu tempo.
Faz de mim eterno,
como ficam eternos os versos de amor.
Venha ficar ao meu lado nessa noite
que se inicia solitária e sem jeito.
te amo para além do tempo

ESSA MATÉRIA É CORRETÍSSIMA

"Poesia é renegada pelas grandes editoras", diz Ricardo Silvestrin
MANOELA MEYER
Colaboração para a Livraria da Folha

Ricardo Silvestrin é um artista que explora a palavra em várias nuances. Poeta, contista, músico, editor, professor e colunista, participou da Feira do Livro de Ribeirão Preto e falou à Livraria da Folha sobre a discriminação da poesia por parte das grandes editoras e a licença poética.


05/07/2009 - 18h15
Ricardo Silvestrin fala à Livraria da Folha sobre a sua poesia

Para o escritor, a poesia é aparentemente renegada pelas grandes editoras. Silvestrin decidiu escrever sobre o assunto e comentou os resultados de sua pesquisa durante a entrevista à Livraria da Folha. Depois de vasculhar na internet, constatou que os leitores de poesia correspondem ao maior número de discussões em torno de literatura no país. As comunidades de poetas no Orkut, segundo seus dados, estão em maior número que as dedicadas aos prosadores. O que parece faltar são maneiras eficientes das editoras em atingir esse grande público consumidor.

Quanto ao seu trabalho, Silvestrin dá especial atenção aos versos curtos, devido ao seu ritmo particular. Perguntado sobre a influência dos breves hai kais japoneses em sua obra, ele diz que o contato com essa literatura foi posterior aos seus primeiros trabalhos.

A licença poética foi outro tópico abordado. "Uma questão extensa de dois pés", disse Silvestrin, lançando em seguida dois questionamentos: "o que é padrão culto?" e "o que é verso e o que é frase?". Para ele, a questão de licença poética não existe para o artista. O que existe é o trabalho sobre o inesperado de sentido, de som e de desenho da palavra.

Segundo o escritor, o padrão culto seria um modo de falar específico, eleito como o correto. Suas raízes remetem ao poeta luso Luis Vaz de Camões, que teria grafado extensamente seu próprio "falar". No entanto, outros tantos "falares", cada qual com sua própria gramaticalidade, não deixam de permitir que seu falante se comunique com o resto da comunidade e não podem ser menosprezados.

Quanto ao verso, esse nasceu como imitação da fala. Portanto, Silvestrin afirma que a frase veio depois do verso. "O verso é critério de ouvido, de ritmos", disse. E só quando foi transcrito para o papel ele se tornou desenho, explorado em seus aspectos gráficos e estéticos

3 de julho de 2009

38 anos sem JIM MORRISON



James Douglas Morrison ~1943 ~ 1971~
James Douglas Morrison nasceu a 8 de Dezembro de 1943, em Melbourne, Florida, filho de Clara e George S. Morrison, então oficial da marinha. Aos 5 anos de idade, Jim teve, como relataria anos depois, a sua primeira experiência de morte - ao passar de carro com os pais e avós pelo deserto, viram um acidente - um camião com trabalhadores índios tinha ido contra outro carro, e vários corpos estavam espalhados na estrada, sangrando até à morte. Anos depois, Jim diria: "E como, e isto é uma projecção de há muito atrás, mas penso que, naquele momento, as almas ou os fantasmas desses índios mortos, talvez um ou dois deles, andavam a correr à volta, e saltaram para a minha alma, e eu era como uma esponja, preparado para apenas estar ali sentado e absorver tudo... não é uma história de fantasmas, é algo que realmente tem importância para mim."

Jim cresceu em locais como Alexandra; Virginia; Clearwater, Florida; Washington D.C.; Albuquerque, New Mexico; Claremont e Alameda, California; em em mais dois ou três sítios, devido à profissão do pai. Steve, como era conhecido, estava fora por longos períodos de tempo; esteve na Coreia e eventualmente "cresceu" pela carreira militar para se tornar Almirante. Jim cresceu sem o pai a maior parte do tempo, e isto pode ser a chave para compreender a sua estranha psique. Talvez porque ele culpasse o pai pela maneira que fora criado, ou talvez apenas porque odiasse a profissão do pai ( ter um pai que era um oficial bem posicionado nas forças armadas durante a Guerra do Vietname não era o tipo de coisa que um se gabasse). Mas se Jim cresceu sem raízes, era também atlético e popular, um pouco diabinho, um pouco rebelde, e tinha fome pela palavra dos outros como dele próprio. Lia tudo o que pudesse deitar mão, da revista Mad até aos poetas beat e para além deles: Blake, Kerouac, Colin Wilson, Celine, Sartre, Rimbaud, Aldous Huxley, Ginsberg, Balzac, Cocteau, Joyce... coisas que vinham à mão. Durante este período, Jim também descobriu os trabalhos de Friedrich Nietzsche, voz que ele podia compreender e relacionar-se ( leiam a secção édipal d'A Origem da Tragédia).

Quando Morrison atingiu os 15 anos, a família mudou-se para Washington, onde ficaram 3 anos enquanto Jim frequentou George Washington High School. Apesar da poesia já fazer parte da sua vida, a partir deste ponto ele começou a levá-la bem a sério (escreveu Horse Latitudes durante este período) escrevendo sem parar em diários e cadernos. O seu pai estava raramente presente, e partilhava pouco tempo com Jim quando estava; Clara simplesmente queixava-se dele constantemente, do cabelo, aparência e tudo o que é normal na adolescência. Ele graduou-se da George Washington High School em 1961, apesar dos pais o acharem preguiçoso. Steve e Clara matricularam-no na St. Petersburg Junior College na Florida, e mandaram-no para passar um ano a viver em Clearwater, Florida com os avós. Jim depressa aprendeu que ficar bêbado e perseguir a vida boémia deixava os avós bastante chateados, por isso ele fazia ambas as coisas. Quando o ano passou, Jim começou as aulas na Florida State University - "apenas porque não conseguia pensar em nada mais para fazer". Estudou, entre outras coisas, filosofia e psicologia de multidão, onde sem dúvida aprendeu uns truques que usaria mais tarde na sua vida. Mas ele queria desistir, para estudar cinema em UCLA. Não conseguindo persuadir os pais a aceitarem, matriculou-se em tantas aulas relacionadas com o teatro quanto possível. Ele ainda estava determinado a chegar a UCLA. E conseguiu em 1964, depois de ter finalmente a permissão dos pais ( apesar de ter mais de 18 anos, presumivelmente necessitava de assistência financeira).

No departamento de artes teatrais de UCLA, Jim especializou-se em técnicas de filme. Também estudou bebedeiras e filosofia e - quando conseguia fugir para visitar prostitutas no México - sexo. Apesar de voltar à casa dos pais durante as férias, ficava o menos tempo possível - e depois simplesmente deixou de ir. Não que ele produzisse assim tanto no que concerne a arte visual acabada... excepto o filme obrigatório de fim de ano. Também trabalhou como cameraman em pelo menos um filme de estudantes, chamado Patient 411. Durante este período ele também escreveu os seus pensamentos em filme num ensaio que ele publicaria mais tarde chamado The Lords: Notes On Vision. Jim graduou-se de UCLA no verão de 65 ( mas à rasquinha - e parece que foi um acto de caridade por parte da universidade), mas nem se incomodou em ir à cerimónia de graduação. Já tinha ido embora, exprimido raiva durante uns dias depois da primeira e única passagem do seu filme de fim de ano ter atraído comentários bastante negativos tanto de professores como de estudantes.

Jim cortou todas as comunicações com a família, chegando mesmo a queimar cheques que lhe mandavam. Tirando o facto de - no meio da Guerra do Vietname - ter um pai que comandava um porta-aviões não era bom para a imagem de ninguém, alguma inimizade pessoal parece também ter estado envolvida. Numa entrevista em 1969 Jim disse: "Os pais e parentes mais extremosos cometem homicídio com sorrisos na cara. Obrigam-nos a destruir a pessoa que somos na verdade: um homicídio muito subtil..."

Entretanto, Jim também se mudou do seu apartamento e vivia onde encontrasse uma cama: a maior parte das vezes em sofás e no chão de amigos. Em grande parte, tudo isto tinha provavelmente a ver com o facto de Jim querer "desaparecer" por uns tempos. Tendo deixado a universidade, podia ser chamado às forças armadas. Mudou-se para Venice Beach, vivendo de Junho até Agosto de 65 com Dennis Jakob, e depois nos telhados de um armazém. Um amigo mais tarde disse que no decorrer dos meses, Morrison tomava LSD "como quem comia rebuçados". O ácido era legal na altura, e Jim tinha andado a fumar marijuana e a beber no decorrer dos anos, por isso era inevitável experimentar ácido, cujas pessoas eram persuadidas a comprar por Timothy Leary e Richard Alpert que viam o ácido como a resposta para quase tudo. O ácido tem a tendência de fazer emergir aspectos escondidos na personalidade de uma pessoa (e nem sempre para o melhor); com Jim trouxe um insuspeito talento á superfície. Apesar de nunca ter tido grande afinidade por música ( apesar de ter tido lições de piano em pequeno, ele tinha pensado vagamente em ser escritor ou sociólogo), Jim "começou a ouvir canções". Parece que o ácido era praticamente tudo do que Morrison vivia nesse verão, o seu peso desceu de 160 libras para 135 libras, e os ossos da cara emergiram pela primeira vez. E nesse Agosto, no belo e quente verão de 1965, Jim Morrison deu de caras com alguém que tinha conhecido em UCLA: Ray Manzarek.

O que se passou depois deste encontro foi o nascimento da mais brilhante banda de sempre, The Doors. De 1965 até 1971, ofereceram-nos 6 álbuns com as mais belas, brilhantes e poéticas canções jamais ouvidas.

Na verdade tudo foi mais ou menos assim: após um encontro casual com o seu antigo colega Ray Manzarek, leu-lhe alguns poemas ( entre os quais o famoso "Moonlight Drive"), e ambos decidiram na hora fazer uma banda rock. Para completar a banda vieram mais dois membros juntar-se a eles, Robby Krieger e John Densmore, que Ray conhecia das suas aulas de meditação. O nome da banda – The Doors - foi inspirado no livro The Doors of Perception de Aldous Huxley, que o tinha ido buscar a um verso de um poema de William Blake, que dizia: If the doors of perception were cleansed, every thing would appear to man as it is, infinite. (Se as portas da percepção estiverem limpas/ Toda coisa se apresentará ao homem como ela é, infinita)- The Marriage of Heaven and Hell. Morrison desenvolveu um estilo de cantar único e um estilo de poesia a tocar fortemente no misticismo.

Morrison adoptou a alcunha de “Mr. Mojo Risin'”, um anagrama de “Jim Morrison” e que ele usou como refrão na música “LA Woman” no álbum com o mesmo nome e o último que gravou. Era também chamado de Lizard King retirado de um verso do seu famoso épico “The celebration of the Lizard”, parte do qual foi gravado no álbum Waiting for the Sun, adaptado a musical nos anos 90.

Ainda antes da formação dos Doors, Morrison começou a consumir várias drogas, a beber álcool em grandes quantidades e a entregar-se a diversos prazeres, aparecendo embriagado para as sessões de gravação (podendo ouvir-se soluços em “Five to one”).


Apesar de nunca se ter sentido próximo da sua família, Morrison protegia os seus companheiros de banda. Aparentemente, uma vez disse a Ray Manzarek que nunca se sentia confortável num encontro social a não ser que ele ou outro membro do grupo estivesse com ele. Morrison recusou algumas oportunidades de carreira a solo.

Em Março de 1971, após todos os membros da banda terem decidido parar por algum tempo, Morrison mudou-se para Paris na companhia da sua namorada de sempre, Pamela Courson, com o propósito de se concentrar na escrita.


Morte



Túmulo de Jim Morrisson no Cemitério do Père-Lachaise


Em Paris, morreu em 3 de Julho de 1971, na banheira, aos 27 anos de idade. Muitos fãs e biógrafos especularam sobre a causa da morte, se teria sido por overdose,pois embora Jim não fosse conhecido por consumir heroína, Pam fazia-o (morreu de overdose em 1973) e é sabido que nesse Verão correu Paris à procura de heroína de uma pureza invulgar. Outra hipótese seria um assassinato planejado pelas próprias autoridades do governo americano. Morrison referiu-se a si próprio como sendo o nº 4 a morrer misteriosamente, tendo sido os três primeiros Jimi Hendrix, Janis Joplin e Brian Jones (todos mortos com 27 anos) O relatório oficial diz que foi “ataque de coração” a causa da sua morte. Está sepultado no famoso cemitério do Père-Lachaise em Paris. Devido a actos de vandalismo de alguns fãs, por diversas vezes a associação de amigos do cemitério sugeriu que o corpo fosse transferido para outra necrópole.
imagina o que ela faz com as mãos... rs

2 de julho de 2009

As pessoas vivem perguntando: o quê você tem a dizer para as novas gerações? Bem, eu digo tenham raiva, fiquem putos, olhem em volta e entendam que vocês estão sendo totalmente explorados. Eles comem fast-food, eles ficam gordos, ficam doentes, eles não estão lendo, não estão se educando, estão preocupados demais com a sua aparência. Eu quero dizer que eu me lembro, me desculpe por dar a entender como "oooh, no meu tempo..", mas nós tivemos uma vida legal, nossa vida era difícil, mas nós tinhamos amor, tinhamos amizade, nós tinhamos comunicação real, nós não falávamos uns com outros em telefones celulares, falávamos uns com os outros através do nosso trabalho, tentando desenvolver uma certa sensibilidade. Todo esse materialismo está colocando as nossas crianças longe uns dos outros, eles nos fazem pensar "oooh, e nós temos e-mail, temos toda esta tecnologia", que está nos tornando mais globalizados e bem, por um lado é verdade, mas por outro todo mundo está se isolando, cada um no seu quarto, no seu computador no seu telefone, mas eles não estão realmente ligando uns com os outros em um verdadeiro e simples jeito humano. Eu acho que é hora de todos nós tomarmos conta do nosso mundo, os negócios e os governos dominaram o mundo. Em outros tempos era a igreja católica, tem sempre alguém dominando o mundo e as pessoas acabam pagando o preço". by Patti Smith

1 de julho de 2009

Uma das coisas que mais me chama a atenção é a fotografia. Encontrar pessoas com um olhar certeiro é como ter uma chance de conhecer de perto um gênio. Em geral são pessoas ligeiras, sempre atentas ao próximo click e de sensibilidade. Uma das maneiras que tive minha atenção presa a Natashha é devido ao trabalho de uma jovem fotógrafa.
Bruna Hajli tem dezesseis anos e um caminho que se abre do tamanho de seu talento, imenso. Eu a entrevistei por MSN e divido aqui com vocês



Jim D diz:
*1 - Quando foi que você sentiu que a fotografia poderia expressar algo que você via e talvez outros não vissem com o mesmo sentido?
/brunahajli diz:
*Eu passei a olhar as coisas com um olhar mais crítico, de forma que eu pudesse ali retratar expressões e imagens que me mostrassem algo fora do comum, fora daquilo que todos viam. Eu senti que poderia fazer isso, e foi aí que eu busquei na fotografia o melhor local para mostrar os meus olhares. Em grandes e pequenas composições.


Jim D diz:

2- Qual foi a maior dificuldade no início?
/brunahajli diz:
*Até hoje sinto um pouco da mesma dificuldade que tive no início desse meu sonho.
A maior dificuldade, é você conseguir um espaço,um lugar para você mostrar do que você é que capaz,da sua competência.
Principalmente nessa minha área (foto de bandas/shows), já existem grandes fotógrafos, então se torna bem difícil um espaço no meio de tudo isso. Mas nada que com o tempo, do que a força de vontade, a luta mude tudo isso.


Jim D diz:

*3- Você tem 16 anos. As pessoas levam fé em uma menina tão nova? Você sente um certo preconceito?
/brunahajli diz:
Sim, 16 anos (risos). Muitas pessoas levam fé sim, muitas dizem que por eu ser nova tenho muito espaço para conseguir. Outras ficam sim com um pé atrás, mas no final acabam percebendo que apesar da idade, é tudo levado com muito profissionalismo.



Jim D diz:

4- Como é feito esse seu contato com as bandas? Como foi com a NATASHHA, por exemplo?
/brunahajli diz:
Bom, antes de eu me tornar fotógrafa já conhecia algumas pessoas que já tinham bandas, e eu sempre estava em shows em contato com muita gente. Isso me ajudou muito hoje, pelo falo de já conhecer um grande número de pessoas nesse meio.
Com relação a NATASHHA, o guitarrista Dré que encontrou na Internet em um dos meus meios de divulgação, dizendo que eles iam tocar aqui em São Paulo - SP, e se eu tinha disponibilidade de ir fazer as fotos para eles. Então, conversei um pouco com Dré e Natashha na noite anterior ao Show, e fechamos essa cobertura fotográfica. E foi ali no Show, que percebemos que podíamos nos dar muito bem, e trabalhar juntos de uma forma de parceria/apoio.


Jim D diz:
*5- Você acha que existam mais pessoas assim como você que, mesmo nova, já descobriu o que gostaria de fazer e está metendo a mão na massa, correndo atrás? Ou ainda estão em casa reclamando que nada está acontecendo em suas vidas?
/brunahajli diz:
*Acredito que não seja só eu que queira uma certa independência, nova assim.
Mas, tenho certeza que muitos ainda estão sentados no sofá esperando as coisas caírem do céu.

Jim D diz:
*6- Você disse a respeito de grandes fotógrafos de bandas/shows. Tem algum que você admira? Por que você admira o trabalho dessa pessoa?
/brunahajli diz:
*Muitos devem conhecê-lo, Luringa. Fotógrafo de grandes bandas como Fresno, Glória, Nxzero, dentre outras. São fotos de uma qualidade incrível,de um ângulo perfeito.
Se você parar para analisar as fotos dele de anos atrás,para as de hoje, você vê a grande evolução no trabalho dele. Um ótimo profissional, mas que infelizmente só está ao alcance de grandes bandas.

Jim D diz:
*7- E como ficam os sonhos? Quais os mais urgentes?
/brunahajli diz:
*Um dos meus grandes sonhos, é que eu seja reconhecida pelo meu trabalho, pelo meu esforço.
Desejo não só para mim, e também para as pessoas que trabalham comigo, principalmente aquelas que estão me dando os maiores espaços (Banda Believe e Natashha Music) crescimento conjunto, repleto de sucesso e reconhecimento.
Sei que irá ser fruto de muita luta.

Jim D diz:
*8- Bruna o rock sempre proporciona ótimas histórias e momentos que rendem ótimas fotos. Registrar a carreira de um artista é mágico. Muito do encanto que ele provoca nas pessoas vem justamente dessas imagens. Como você percebe essa responsabilidade?
/brunahajli diz:*Essa parte é a que mais me encanta. O fato de eu ter que registrar um momento que com toda a certeza do mundo vai ficar marcado tanto para o artista, como para o fã. Sem dúvidas é algo de muita responsabilidade, onde ali no momento em que estou fotografando me trás muita adrenalina. Tendo que ter um olhar bem crítico e apurado.
Com esse conjunto, com certeza saíram ótimas composições (na fotografia).

Jim D diz:
*10-Mas o seu trabalho tem muito de diversão também. Né?
/brunahajli diz:
*Sem dúvidas, principalmente em viagens e bastidores. São momentos ótimos, super divertidos. Sempre sabendo a hora do trabalho, e da diversão, nunca misturando as duas coisas.

Jim D diz:
*11- E em casa, como foi o papo com os pais?
/brunahajli diz:
Quando cheguei com a idéia de que eu queria ser fotógrafa (de bandas), até que não foi surpresa em casa, afinal sempre estive meio que nesse mundo, de shows e tudo mais. Mas eles realmente levaram mais a sério esse meu querer quando fiz o Curso de Introdução fotográfica que realizei na ABRA (Academia Brasileira de Arte) aqui em São Paulo - SP, onde tive contato com diversos tipos de fotografias. Hoje, só tenho a agradecer a toda minha família que em todos os momentos só me apoiaram e me ajudaram a conquistar muitas coisas até hoje.


Jim D diz:

*Legal isso de você não ficar só no talento. Tem que correr atrás do que quer mesmo. Buscar formação é uma ótima saída.
*12- Você tem feito muitas fotos ultimamente?
/brunahajli diz:
Nos últimos tempos não sei mais o que é sair com os meus amigos de fim de semana.
Não estou reclamando, muito pelo contrário, eu quero cada vez mais.
A Natashha e a Believe estão lotando a minha agenda de shows.


Jim D diz:
*13-Onde você pensa em chegar, uma Rolling Stone talvez?
/brunahajli diz:
*O mais longe que eu possa chegar, não costumo impor limite em algo que eu sei que tem uma estrada gigante pela frente.

Jim D diz:
*14- E a sua relação com as bandas? Acaba virando amizade né?
/brunahajli diz:
*Sem dúvidas, pela convivência, por sempre estar conversando, rindo, brincando, brigando,viagens. Acaba sem dúvidas virando uma amizade, as vezes até uma família.

Jim D diz:
*15- E os medos? Você tem algum em relação a essa careira?
/brunahajli diz:
*Medo, acredito que seja natural. Mas é um medo que não te faz parar, e sim continuar lutando. Ele vem muitas vezes pelo fato de ser algo não estável, um dia pode estar tudo muito bom, e no outro não. Afinal, muitas vezes (sempre) dependemos da aceitação do público, da força de todos os Fãs.

Jim D diz:
*16 -onde as pessoas podem ver suas fotos? Qual você mais gosta?
/brunahajli diz:
*Bom, tem o meu fotolog e meu Flickr os quais sempre atualizo.

Fotolog: www.fotolog.com/brunahajli
Flickr: www.flickr.com/photos/brunahajli

E no meu orkut/comunidade tem algumas também, além da minha comunidade:

Perfil: http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?rl=ls&uid=3434656215432890913
Comunidade: http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=91338720

Difícil dizer UMA foto que eu mais goste,digamos que as fotos que contém mais luzes, locais onde tem grandes iluminações ajudam muito para sair uma ótima fotografia.

Jim D diz:
*17 - Algum fã desses músicos com quem você trabalha já te agradeceu pelo seu bom trabalho? Você se considera uma boa profissional?
/brunahajli diz:
*Já agradeceram sim, às vezes no camarim quando é aberto para algumas fãs entrarem para tirar foto com a banda, e também depois pelo Orkut. V ou aproveitar e agradecer o carinho, muito obrigada.
Me considero sim, e a cada dia que passa procuro melhorar isso, sempre em busca de melhores resultados.

Jim D diz:
*18- Tem algum fato curioso que tenha rolado com você nessas situações de show?
/brunahajli diz:
*Nada muito curioso, mas tenho um que eu achei engraçado.
Que foi em um show que fotografei aqui em São Paulo, onde iam tocar Believe e Restart, e três meninas ficavam me puxando e me chamando de tia, era tia para um lado, tia para o outro. Tudo para colocar elas no camarim. Se tornou um fato engraçado, pois eu deveria ser no máximo 2/3 anos mais velha que elas, e ficavam me chamando de TIA.


E não é só a Bruna que curte as bandas. Natashha fala aqui sobre o trabalho da amiga:

Natashha diz:*
Tenho muito orgulho em trabalhar como um profissional tão seria e competente no que faz, desde a primeira vez que vi o trabalho da Bruna já sabia do grande talento e da grande estrela que poderiamos ter em nossa equipe.A cada dia ela surpreende mais e mais com seu "Dom" magico , preciso que consegue capturar imagens inesqueciveis e incríveis através de sua câmera. Através da Bruna pessoas conseguem deixar guardadas em si atraves de fotos momentos que deixam saudade, alegria, momentos únicos realmente.Só tenho a agradecer em ter alguem tão especial na nossa equipe. Natashha.



Eu também agradeço ao talento e a sensibilidade dessa colega artista.

todas as fotos são do acervo de Bruna Hajli.

O Passado é uma Remington.

Por: e. Jim Duran
1º ano Letras/ FAP


Chego do trabalho com os olhos cansados e com os ouvidos órfãos. Passo o dia cercado por televisores, computadores, câmeras, microfones, spots (1). Em casa há os meus livros espalhados pelo quarto que transformei em escritório. Há roteiros, cd´s de trilha, fotos e, em um canto saudoso, uma máquina de escrever portátil me fita. Cada vez que eu a vejo lembro de quando a ganhei.
Nasci em uma família de jornalistas e a tal Remington foi herança profissional de meu tio Arnaldo. Sempre imaginei quantas reportagens ele escreveu ali, quantos textos aqueles tipos leram em primeira mão Quando eu a ganhei trabalhava em um jornal local (2) e geralmente lavava algumas idéias para produzir em casa (3).
Na época, sentava-me à mesa da copa e datilografava até às três horas da manhã. Ali formalizei muitos poemas e rabisquei alguns poemas abortados e já descartados. Cartas enviadas, e não, e uma receita de bolo inglês. Tudo nasceu ao som do tec-tec das teclas. Havia resistência nesse ato de registro. O mecanismo da máquina criava uma resistência, um peso, no teclado e, por isso, tinha aqueles que espancavam a coitada como se o texto assim ganhasse mais verdade.
Escrever a maquina para mim era um ritual. Abrir a maleta onde ela é guardada, escolher o papel e coloca-lo no carro. Acertar a tabulação e começar o que tinha que ser feito. Demorava um pouco mais é verdade, mas exigia mais atenção, por que errar em texto datilografado era um suplício. Usava-se uma borracha especial que só borrava. Ainda uma fita corretiva que soltava uma película branca que manchava todo o teclado. É claro que também havia a possibilidade de se agarrar o papel com fúria e excomungar todas as suas gerações e depois recomeçar o trabalho
Lembro que sempre interpretei o uso da máquina como um romantismo – é como acender o cigarro com fósforo. E mesmo ali no canto do quarto sem uso é nessa Remington que penso a cada vez que me sento em frente ao computador e começo a produzir, com o plic-plic sem personalidade do teclado que o micro possui.
A tela, enviando luz, não ilumina a idéia. A cpu, roubando energia, é uma infinidade ao simples toque do mouse. O mundo ficou imediato e imbecil. Pode ser moderno, rápido e cheio de estilo, com inúmeras possibilidades, mas quando uso o computador eu penso com saudade na máquina de escrever portátil que me acompanha há catorze anos.






1 – Na época eu trabalhava na TV CIDADE CANAL 23 como repórter, apresentador e diretor.
2- Trabalhei na FOLHA DO POVO em Tupã de 1994 a 1995.
3 – Criei um espaço para crônicas e as escrevia geralmente em casa. A coluna se chamou “Doença Crônica”.