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3 de julho de 2009

38 anos sem JIM MORRISON



James Douglas Morrison ~1943 ~ 1971~
James Douglas Morrison nasceu a 8 de Dezembro de 1943, em Melbourne, Florida, filho de Clara e George S. Morrison, então oficial da marinha. Aos 5 anos de idade, Jim teve, como relataria anos depois, a sua primeira experiência de morte - ao passar de carro com os pais e avós pelo deserto, viram um acidente - um camião com trabalhadores índios tinha ido contra outro carro, e vários corpos estavam espalhados na estrada, sangrando até à morte. Anos depois, Jim diria: "E como, e isto é uma projecção de há muito atrás, mas penso que, naquele momento, as almas ou os fantasmas desses índios mortos, talvez um ou dois deles, andavam a correr à volta, e saltaram para a minha alma, e eu era como uma esponja, preparado para apenas estar ali sentado e absorver tudo... não é uma história de fantasmas, é algo que realmente tem importância para mim."

Jim cresceu em locais como Alexandra; Virginia; Clearwater, Florida; Washington D.C.; Albuquerque, New Mexico; Claremont e Alameda, California; em em mais dois ou três sítios, devido à profissão do pai. Steve, como era conhecido, estava fora por longos períodos de tempo; esteve na Coreia e eventualmente "cresceu" pela carreira militar para se tornar Almirante. Jim cresceu sem o pai a maior parte do tempo, e isto pode ser a chave para compreender a sua estranha psique. Talvez porque ele culpasse o pai pela maneira que fora criado, ou talvez apenas porque odiasse a profissão do pai ( ter um pai que era um oficial bem posicionado nas forças armadas durante a Guerra do Vietname não era o tipo de coisa que um se gabasse). Mas se Jim cresceu sem raízes, era também atlético e popular, um pouco diabinho, um pouco rebelde, e tinha fome pela palavra dos outros como dele próprio. Lia tudo o que pudesse deitar mão, da revista Mad até aos poetas beat e para além deles: Blake, Kerouac, Colin Wilson, Celine, Sartre, Rimbaud, Aldous Huxley, Ginsberg, Balzac, Cocteau, Joyce... coisas que vinham à mão. Durante este período, Jim também descobriu os trabalhos de Friedrich Nietzsche, voz que ele podia compreender e relacionar-se ( leiam a secção édipal d'A Origem da Tragédia).

Quando Morrison atingiu os 15 anos, a família mudou-se para Washington, onde ficaram 3 anos enquanto Jim frequentou George Washington High School. Apesar da poesia já fazer parte da sua vida, a partir deste ponto ele começou a levá-la bem a sério (escreveu Horse Latitudes durante este período) escrevendo sem parar em diários e cadernos. O seu pai estava raramente presente, e partilhava pouco tempo com Jim quando estava; Clara simplesmente queixava-se dele constantemente, do cabelo, aparência e tudo o que é normal na adolescência. Ele graduou-se da George Washington High School em 1961, apesar dos pais o acharem preguiçoso. Steve e Clara matricularam-no na St. Petersburg Junior College na Florida, e mandaram-no para passar um ano a viver em Clearwater, Florida com os avós. Jim depressa aprendeu que ficar bêbado e perseguir a vida boémia deixava os avós bastante chateados, por isso ele fazia ambas as coisas. Quando o ano passou, Jim começou as aulas na Florida State University - "apenas porque não conseguia pensar em nada mais para fazer". Estudou, entre outras coisas, filosofia e psicologia de multidão, onde sem dúvida aprendeu uns truques que usaria mais tarde na sua vida. Mas ele queria desistir, para estudar cinema em UCLA. Não conseguindo persuadir os pais a aceitarem, matriculou-se em tantas aulas relacionadas com o teatro quanto possível. Ele ainda estava determinado a chegar a UCLA. E conseguiu em 1964, depois de ter finalmente a permissão dos pais ( apesar de ter mais de 18 anos, presumivelmente necessitava de assistência financeira).

No departamento de artes teatrais de UCLA, Jim especializou-se em técnicas de filme. Também estudou bebedeiras e filosofia e - quando conseguia fugir para visitar prostitutas no México - sexo. Apesar de voltar à casa dos pais durante as férias, ficava o menos tempo possível - e depois simplesmente deixou de ir. Não que ele produzisse assim tanto no que concerne a arte visual acabada... excepto o filme obrigatório de fim de ano. Também trabalhou como cameraman em pelo menos um filme de estudantes, chamado Patient 411. Durante este período ele também escreveu os seus pensamentos em filme num ensaio que ele publicaria mais tarde chamado The Lords: Notes On Vision. Jim graduou-se de UCLA no verão de 65 ( mas à rasquinha - e parece que foi um acto de caridade por parte da universidade), mas nem se incomodou em ir à cerimónia de graduação. Já tinha ido embora, exprimido raiva durante uns dias depois da primeira e única passagem do seu filme de fim de ano ter atraído comentários bastante negativos tanto de professores como de estudantes.

Jim cortou todas as comunicações com a família, chegando mesmo a queimar cheques que lhe mandavam. Tirando o facto de - no meio da Guerra do Vietname - ter um pai que comandava um porta-aviões não era bom para a imagem de ninguém, alguma inimizade pessoal parece também ter estado envolvida. Numa entrevista em 1969 Jim disse: "Os pais e parentes mais extremosos cometem homicídio com sorrisos na cara. Obrigam-nos a destruir a pessoa que somos na verdade: um homicídio muito subtil..."

Entretanto, Jim também se mudou do seu apartamento e vivia onde encontrasse uma cama: a maior parte das vezes em sofás e no chão de amigos. Em grande parte, tudo isto tinha provavelmente a ver com o facto de Jim querer "desaparecer" por uns tempos. Tendo deixado a universidade, podia ser chamado às forças armadas. Mudou-se para Venice Beach, vivendo de Junho até Agosto de 65 com Dennis Jakob, e depois nos telhados de um armazém. Um amigo mais tarde disse que no decorrer dos meses, Morrison tomava LSD "como quem comia rebuçados". O ácido era legal na altura, e Jim tinha andado a fumar marijuana e a beber no decorrer dos anos, por isso era inevitável experimentar ácido, cujas pessoas eram persuadidas a comprar por Timothy Leary e Richard Alpert que viam o ácido como a resposta para quase tudo. O ácido tem a tendência de fazer emergir aspectos escondidos na personalidade de uma pessoa (e nem sempre para o melhor); com Jim trouxe um insuspeito talento á superfície. Apesar de nunca ter tido grande afinidade por música ( apesar de ter tido lições de piano em pequeno, ele tinha pensado vagamente em ser escritor ou sociólogo), Jim "começou a ouvir canções". Parece que o ácido era praticamente tudo do que Morrison vivia nesse verão, o seu peso desceu de 160 libras para 135 libras, e os ossos da cara emergiram pela primeira vez. E nesse Agosto, no belo e quente verão de 1965, Jim Morrison deu de caras com alguém que tinha conhecido em UCLA: Ray Manzarek.

O que se passou depois deste encontro foi o nascimento da mais brilhante banda de sempre, The Doors. De 1965 até 1971, ofereceram-nos 6 álbuns com as mais belas, brilhantes e poéticas canções jamais ouvidas.

Na verdade tudo foi mais ou menos assim: após um encontro casual com o seu antigo colega Ray Manzarek, leu-lhe alguns poemas ( entre os quais o famoso "Moonlight Drive"), e ambos decidiram na hora fazer uma banda rock. Para completar a banda vieram mais dois membros juntar-se a eles, Robby Krieger e John Densmore, que Ray conhecia das suas aulas de meditação. O nome da banda – The Doors - foi inspirado no livro The Doors of Perception de Aldous Huxley, que o tinha ido buscar a um verso de um poema de William Blake, que dizia: If the doors of perception were cleansed, every thing would appear to man as it is, infinite. (Se as portas da percepção estiverem limpas/ Toda coisa se apresentará ao homem como ela é, infinita)- The Marriage of Heaven and Hell. Morrison desenvolveu um estilo de cantar único e um estilo de poesia a tocar fortemente no misticismo.

Morrison adoptou a alcunha de “Mr. Mojo Risin'”, um anagrama de “Jim Morrison” e que ele usou como refrão na música “LA Woman” no álbum com o mesmo nome e o último que gravou. Era também chamado de Lizard King retirado de um verso do seu famoso épico “The celebration of the Lizard”, parte do qual foi gravado no álbum Waiting for the Sun, adaptado a musical nos anos 90.

Ainda antes da formação dos Doors, Morrison começou a consumir várias drogas, a beber álcool em grandes quantidades e a entregar-se a diversos prazeres, aparecendo embriagado para as sessões de gravação (podendo ouvir-se soluços em “Five to one”).


Apesar de nunca se ter sentido próximo da sua família, Morrison protegia os seus companheiros de banda. Aparentemente, uma vez disse a Ray Manzarek que nunca se sentia confortável num encontro social a não ser que ele ou outro membro do grupo estivesse com ele. Morrison recusou algumas oportunidades de carreira a solo.

Em Março de 1971, após todos os membros da banda terem decidido parar por algum tempo, Morrison mudou-se para Paris na companhia da sua namorada de sempre, Pamela Courson, com o propósito de se concentrar na escrita.


Morte



Túmulo de Jim Morrisson no Cemitério do Père-Lachaise


Em Paris, morreu em 3 de Julho de 1971, na banheira, aos 27 anos de idade. Muitos fãs e biógrafos especularam sobre a causa da morte, se teria sido por overdose,pois embora Jim não fosse conhecido por consumir heroína, Pam fazia-o (morreu de overdose em 1973) e é sabido que nesse Verão correu Paris à procura de heroína de uma pureza invulgar. Outra hipótese seria um assassinato planejado pelas próprias autoridades do governo americano. Morrison referiu-se a si próprio como sendo o nº 4 a morrer misteriosamente, tendo sido os três primeiros Jimi Hendrix, Janis Joplin e Brian Jones (todos mortos com 27 anos) O relatório oficial diz que foi “ataque de coração” a causa da sua morte. Está sepultado no famoso cemitério do Père-Lachaise em Paris. Devido a actos de vandalismo de alguns fãs, por diversas vezes a associação de amigos do cemitério sugeriu que o corpo fosse transferido para outra necrópole.

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