Desconsiderados os suicídios e crimes passionais, o amor em geral tem efeitos biológicos muito positivos, inclusive para a evolução. “A evolução encontra muitas maneiras de funcionar. Se você tiver muitos parceiros você estará criando mais variedade genética, mas também um lar menos estável para seus filhos. Enquanto isso, se você ficar com uma pessoa pela vida toda, você estará criando uma vida mais estável para essas crianças, mas com menor variedade genética. Estas são, ambas, estratégias para que você transmita seu DNA. E o ser humano aderiu a uma mistura dos dois”, defende a pesquisadora e antropóloga americana Helen Fisher .
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Para que essa mistura funcione bem, explica Helen, o ser humano teria desenvolvido três sistemas cerebrais diferentes que nos moveram (e ainda movem) a criar parcerias. E o amor romântico é um deles. Os outros dois são o impulso sexual e a capacidade de se apegar. “Esses três sistemas se desenvolveram durante a evolução humana para executar missões muito importantes: o impulso sexual para nos fazer desejar uma série de parceiros; o amor romântico para nos tornar capazes de concentrar toda a nossa energia em uma única pessoa por vez; e o apego para nos encorajar a ficar com nossos parceiros tempo o bastante para criar uma única criança durante sua primeira infância”, diz Helen.
Mas é importante ressaltar que estes três sistemas não estão sempre em harmonia. Você pode estar apegado a seu parceiro enquanto sente intenso amor romântico por outra pessoa, por exemplo. Então, nós somos capazes tanto de amar várias pessoas ao mesmo tempo quanto de dedicar toda a nossa vida a uma única pessoa. E o que é mais legal sobre nosso atual momento evolutivo é que nós podemos escolher qualquer parceria que queiramos.
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