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29 de janeiro de 2010

Ode para uma dúvida

Quanta confusão um peito suporta?
Como olhar em outros olhos
se sempre o que me faz parar
é aqueles olhos
um tanto frios
e aquele riso
às vezes insano.
Porque dentre tantos olhares
o meu cruzou justo com o dela?
Qual misterioso deus me pune com esse sentimento?
Qual Cupido sádico?
A quem falta um pouco de humor?
Como caminhar tranquilo se
de repente ouço algo que me lembra
do que viveria com ela,
como chegar a seu coração,
a sua sensibilidade?
Como ter retorno de um algo que
não se sabe se toca a pessoa
se ela é indiferente, ou se finge ser
e se finge é tão boa
que às vezes me convence.
Queria arrancar do peito o sentimento
e se bobear o próprio peito
com artérias erradas.
Como é difícil perceber a clareza,
a real intenção,
o não querer
o não ser.
Como é sofrido esperar um olhar, um carinho
uma mão que afaga,
um bilhete que diz "sorria"
uma ligação no meio da noite, só pra ouvir a voz,
um desabafo que fosse.
Um sinal de que sou real para ela,
de que existo e de que sou, realmente, percebido.
Levantar e caminhar léguas não me deixaria bem,
desistir de mim não me deixaria bem.
Calar seria bem pior,
mas sentir que não se é realmente nada
é não se levantar do deserto.
É secar diante do sol, deixar tudo ir.
Não consigo parar, e tenho tanto guardado aqui
tanta coisa boa.
O que vale uma ponte?
O que vale o que fiz?
Tocou? Sentiu? Pensou?
ou ganhou o lixo, o fundo de uma gaveta?
Ganhou uma segunda olhada num momento de solidão?
Preciso de uma palavra,
de um gesto,
de um riso.
Não me sinto real.

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