Direitos Autorais Reservados / Lei. 9.610 de 19/02/1998

Protected by Copyscape plagiarism checker - duplicate content and unique article detection software.

26 de janeiro de 2010

esse poema escrito por e.e. cummings me veio à mente no meio da madrugada enquanto eu escrevia os outros poemas. ah, nada como poder dizer o que se sente


nalgum lugar em que eu nunca estive,alegremente além
de qualquer experiência,teus olhos têm o seu silêncio:
no teu gesto mais frágil há coisas que me encerram,
ou que eu não ouso tocar porque estão demasiado perto
teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra
embora eu tenha me fechado como dedos,nalgum lugar
me abres sempre pétala por pétala como a Primavera abre
(tocando sutilmente,misteriosamente)a sua primeira rosa
ou se quiseres me ver fechado,eu e
minha vida nos fecharemos belamente,de repente,
assim como o coração desta flor imagina
a neve cuidadosamente descendo em toda a parte;
nada que eu possa perceber neste universo iguala
o poder de tua imensa fragilidade:cuja textura
compele-me com a cor de seus continentes,
restituindo a morte e o sempre cada vez que respira
(não sei dizer o que há em ti que fecha
e abre;só uma parte de mim compreende que a
voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas)
ninguém, nem mesmo a chuva,tem mãos tão pequenas



e.e. cummings
( tradução:  Augusto de Campos )

Nenhum comentário:

Postar um comentário

valeu por comentar