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12 de maio de 2008

desabafo depois da premiação




São quase cinco da manhã e eu cheguei de São Paulo há pouco. Fui escolhido para integrar a coletânea do Mapa Cultural Paulista biênio 2007/2008. É claro que me sinto imensamente honrado e feliz em fazer parte dessa história. Mesmo a escrita sendo um exercício solitário é necessário vivermos esse momento de contato entre os iguais, por mais díspares que possamos ser e, se o formos, a qualidade está assegurada.
Depois de passar 14 horas em ônibus e mais um tanto em metrô e caminhadas pelas ruas de São Paulo. Estar em frente ao meu computador, com uma cerveja gelada e meu cachimbo é renascer entre os escombros do medo. Qual é a moral de tudo isso? Participar e surpreender-se. Quando li meu nome no enorme painel onde figuraram os escolhidos eu fiquei congelado e só balbuciava "O meu nome está ali na lista." E as pessoas estavam lendo "Eduardo Rocha Duran – Tupã- poesia "Pensamentos" e o mestre de cerimônias não se cansava de repetir; "Pedimos aos selecionados que venham ao palco para receberem os prêmios." Ravazi teve de me cutucar algumas vezes e mandar que eu fosse para lá. Fiquei triste por que gostaria que ele próprio estivesse constando ali na lista, assim como o José Rodolfo. Mas só eu teria de ir. Caminhei claudicante, com medo de que pudesse acordar a qualquer momento, mas o palco do Memorial da América Latina crescia ao me aproximar. Subi os três degraus e me uni aos outros. Incrédulo. Uma senhora veio em minha direção com o troféu e me perguntou;
"Você quem é?"
"Eu não sei!" nada fazia muito sentido, minha presença ali me soava como um momento de trégua em minhas incertezas. Senti-me em companhia de todos vocês meus caros amigos e minha mente era ágil em trazer a tona seus rostos e as possibilidades de crescermos em conjunto e produzirmos um bom material.
Olhei para os outros escolhidos e nos cumprimentávamos com parabéns surpresos. Eu não era o único embasbacado e isso reconforta quando você está no foco de centenas de estranhos em uma noite fria. Havia uma garota de cabelos cacheados a meu lado. Ela chorava. Perguntei: "Você escreve o quê?"
"Eu não sei!"
No fundo somos iguais nas incertezas e nas querências. Mesmo aqui, quinhentos quilômetros de tudo e vendo o troféu vítreo eu não creio ainda.

2 comentários:

  1. Pois é meu querido, meus parabéns de novo. Foi hilário ver você lá, parado, dizendo: "meu nome está lá, meu nome está lá..." Eu fiquei muito feliz de ter chegado até a final, uma ótima estréia para mim. E o fato de pelo menos um de nós três conseguir o prêmio, também foi muito bom. Pena para aqueles que garantiram vitória, não puderam cumprir suas profecias. E estou curioso para conhecer o trabalho do Ravazi e ler o seu poema premiado. E continuemos a escrever, sempre. Até mais poeta beatnik.

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  2. Anônimo5:50 PM

    Felicitações, meu igual! Com um delay gigantesco tal qual a distância de Tupã pra capital (ou suas cercanias, como no meu caso), mas não tão atrasado quanto o cheque da premiação, parabéns!

    Demorou um pouco, mas hoje tomei com seu blog numa esquina do Google e finalmente poderei ler um poema que fez companhia pro meu na gaveta dos jurados...
    Abraço e passe lá no meu blog, miopia, pra uma visita.

    ps: eu sou esta testa de óculos, “embasbacada”, segurando um troféu, atrás de você...
    http://guisalla.wordpress.com

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