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17 de agosto de 2009

Fantástico divulga música de Raul Seixas que foi censurada

A canção, chamada "Gospel", cairia no esquecimento, se não fosse o produtor Marco Mazzola


Vinte anos depois da morte de Raul Seixas, o Fantástico descobre uma relíquia inédita. Uma música que ficou escondida por causa da censura da ditadura militar. E, graças à alta tecnologia, é o próprio Raul que apresenta esse novo som.

No princípio, era uma voz. Meio desafinada, misturada a um violão numa gravação tosca. O ano: 1974. A canção de Raul Seixas e Paulo Coelho foi feita para a trilha sonora da novela "O Rebu". Mas a censura da ditadura militar viu a letra e proibiu.

Mesmo assim, a música entrou na novela. Com os versos totalmente diferentes. A canção, chamada "Gospel", cairia no esquecimento, se não fosse uma figura lendária da MPB: o produtor Marco Mazzola, que fez as gravações originais com Raul.

"Tem a minha própria voz, eu faço o vocal com ele. A gente era muito doido no estúdio", lembra o produtor musical.

Mazzola tem uma teoria própria sobre as doideiras de Raul:

"Porque é muito engraçado, né? Porque o Raul era um careta, né? Raul era um cara extremamente careta, formado em psicologia, um cara que falava inglês fluentemente. E conheceu o Paulo Coelho, que na época era um cara que via disco voador, um cara doido... E então o que aconteceu? É que o Raul ficou cada vez mais maluco e o Paulo Coelho, hoje em dia, é um cara careta".

A cada aniversário da morte, a cada data redonda ligada a Raul, Mazzola se lembrava de "Gospel". Mas, com a tecnologia disponível, não havia muito a fazer. Até que...

"Os processos técnicos começaram a evoluir e eu comecei a trabalhar em cima disso, porque era um sonho do Raul que a música fosse daquele jeito um dia pra rua", diz Mazzola.

Os 20 anos da morte de Raul se aproximavam, Mazzola começou a preparar um kit comemorativo, e o projeto "Gospel" foi tomando forma.

“Transformei a voz e o violão dele em 20 canais pra poder pegar pedaços, tirar pedaços", diz Mazzola.

Mas o tratamento técnico da gravação é só o início de um longo trabalho, porque a voz do Raul Seixas vem dos anos 70. Mas como dar nova vida a esta canção? Uma canção chamada Gospel é claro que tem que ter um coro. Olha só como é que fica. Faltava um arranjo bacana. E Mazzola chamou Roberto Frejat, do Barão Vermelho.

"E eu sou fanzaço do Raul. Sempre gostei muito, desde garoto", diz Frejat.

Frejat convocou um monte de amigos, e o resultado...

"Ficou com uma sonoridade moderna no sentido de que ela está registrada com uma qualidade de gravação de hoje, mas com uma sonoridade que faz jus à estética do Raul", comenta Frejat.

Uma estética irreverente...

“Naquele momento ninguém falava as coisas, só Raul que falava”, afirma o cineasta Walter Carvalho.

Walter Carvalho mergulhou na vida de Raul para filmar o documentário "O início, o fim e o meio", ainda em produção.

A busca por histórias levou o cineasta aos Estados Unidos, país que Raul adorava e onde hoje vivem três de suas ex-mulheres. Filha e neto não falam português. Há quem ache o netinho de Raul, hoje com 13 anos, parecido com o avô.

“Uma das dificuldades de fazer este documentário do Raul é encontrar material do Raul. Quem tiver material em casa, puder procurar a produção. Pode ser foto ou filme.

Você tem alguma pista pro documentário? Entre em contato com a produção do documentário de Walter Carvalho, “O início, o fim e o meio”.

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