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13 de abril de 2006

relatos da fase branca

Relatos da fase branca


Seus medos te perseguem como guerreiros alados?
Seus medos te perseguem como demônios ?
Tuas virtudes te abandonam como o acaso que não corrompe o tempo
Tudo é válido e falho.
Tudo perde seu brilho depois da primeira catástrofe.
Crianças que guiam o mundo brincando de deuses
Trancados em seus gabinetes com sus mentiras explodindo em campos vizinhos
Assassinando outras crianças menos favorecidas no jogo dos ratos.
O sonho apenas é válido para quem tem a Lua como guia
O real apenas é válido para quem tem o Sol como irmão?
E o som que tuas angústias promovem, será que te transformará em uma pessoa melhor?
Será que o silêncio te perturba da mesma forma que faz comigo?
Quais são teus amigos?
Quais são teus inimigos?Quem você ama realmente?
Quem é teu deus?
Teus olhos mentem, teus braços prendem
Teus beijos ameaçam e tua ausência é nociva
O que você faz enquanto eu me consumo em dúvidas?
O que você faz enquanto eu me guio pela noite?
Meus amigos pensam em comunidades. Exercem seus destinos como quem comanda as areias da ampulheta.
Nesta casa os espelhos não repetem os porquês
Não repelem os porquês os habitantes deste universo em expansão e em eterna e terna rota de colisão com o convencional.
Aqui o Lugar Comum não passa de um livro
Lugar distante fica no olho esquerdo de qualquer furacão.
Quem tem companhia para as noites de solidão em que as bruxas estão à solta e tudo o que te define são os pontos de interrogação...
Tente se definir enquanto o mundo desaba.
Tente correr para um abrigo nuclear nos braços do teu pior inimigo
Quem está ao teu lado na hora das lágrimas?
Quem está em você no momento da fúria
Deus existe?
“Catequizaram os índios” rolou um poema em uma festa de república da turma de filosofia da Unesp em 1996,
mas e a mim... quem catequizou?
Qual o valor que te impede de ser ativo?
Qual o valor que te impede de ser você?
Estrada branca e comprimida entre as soluções
Será que alivia? Será que te protege?
Anjos lutam ao redor do campanário semi destruído.
Guerreiros empunham suas armas sonoras e espalham seus desejos
Três e quinze da manhã e o sono não virá hoje... eu tenho mais o que fazer.
Penso em várias coisas ao mesmo tempo e não quero ficar aqui parado fazendo nada.
Vulcões explodem jogando lava e espalhando medo
Ela me disse que também tem medo de mim.
Profeta lunático, descendente de índios
Nascido em terras do grande deus tupi, salve Tupã.
Sempre procurando alguma verdade plantada nos quadros da parede
Vicia a forma do papel em loucura
Garganta cheia de areia
Cabeça explodindo amanhãs
Ações escondidas em bocas caladas
Idéias abortadas de guerras não deflagradas.
O som da loucura, a primeira sensação que ela promove é extremamente caó
tica

Na tv o desenho dá um toque
Na tv o sangue escorre em canais diferentes.
Você sabe o sabor do beijo da morte?
Qual é a cor dos olhos da esperança?
Qual é o motivo que te leva para frente?
Sejamos sinceros, não existimos enquanto não propomos o caos e o progresso enquanto meta.
Chegaremos a algum lugar e em qualquer momento os raios de uma nova virtude te alcançará e não adianta correr... a vida te apanha na próxima esquina.
Um amigo disse que não estamos nem aí para o que será feito de nossos atos. Eles não ficarão em um livro, não serão analisados. Não crer no que se pode ser é pior do que tudo.
Em meus sonhos, às vezes, encarno o animal que há em mim. A visão muda e abarca o que me encanta. O caminhar é silencioso e sinto um gosto forte de sangue em minha garganta, não posso fugir desta realidade, sou eu sem máscaras.
Você me inspira e nega que há estrelas que brilhem mais que teus olhos. Sei lá, às vezes, bobagens românticas me ganham, às vezes me encanam e pior ainda quando me engana.
O prazer, antes era vendido em uma pharmácia. Hoje é crime.
Alcoolismo é bonito e aceito pela sociedade.
Dr. M bebe sua garrafinha de uísque e acha feio que sua filha seja lésbica e fume sua maconha. Não entendo qual a razão se em seu consultório, talvez, ele acaricie sua secretária e aspire suas carreiras. E para sua filha o que ele aspira?
A infância fica para trás completamente? E a insegurança... passa?
Medo eu faço questão de Ter ao lado, sempre berrando e me alertando de que algo pode estourar meus miolos. Meu copo está vazio. Meu corpo está vazio e minha cabeça não para de produzir.
Penso eu que em uma dessas viagens meus dedos irão, simplesmente, cair de tanto digitar. Será que mais alguém tem a mesma necessidade que eu?
Armam o próximo tiro e o estalo que provoca não mata... cria.
Reconheço a complexidade e a falta de ser Ter uma ordem na minha forma de escrever, sei também que isso não interessa a ninguém.
Sonhei com a Nuit, ela me dizia: “ O silêncio é filho da puta. Ele não diz nada e chega fazendo o maior estrondo.”
Arquiva tuas esperanças em dias que não serão esquecidos. Não serão perdidas tuas ilusões.
No meio da mata os ruídos dos espíritos dos índios promovem um Kuarup.
Dançam em volta das fogueiras e cantam suas guerras, cantam suas histórias.
As chamas abençoam o local que, por encanto volta a ser habitado.
Tudo estaria normal se a mata ainda estivesse lá. Se não houvesse sido violada a mata não estaria pavimentada e nem haveria postes atrapalhando a visão da Lua.
Em frente à casa, uma pessoa guarda nossos mais preciosos bens. Nossas cabeças armadas, prontas para o ataque final.
Enrolaram o herói na bandeira, ele não mentirá mais
Enforcaram o alferes em praça pública. Os outro foram exilados.
Proclamaram a independência, mas não abriram as algemas ainda.
Aboliram a escravidão e pouca coisa mudou desde então.
Transformou-se em república e hoje vendem a justiça em pedaços pequenos nos açougues do centro da cidade.
Aonde você estava quando meus olhos ficaram vermelhos pela primeira vez?
Aonde você estava quando meus pés ficaram em carne viva e a vida me perseguia, cada vez mais perto. Meu copo está vazio novamente.
Aguardente, desce adormecendo a língua me impedindo de ficar falando, discorrendo sobre o absurdo de ainda estarmos encharcados de suor e receio de ficar com as portas abertas. Loucos e presos dentro de casa
Ultimamente ando compondo muito, tenho uma porção de novas verdades para distribuir entre meus amigos.
Quem sabe o que eu quero dizer com PAZ?
“Novidade” gritou a consciência. Queria um novo sorriso estampado para uma situação já conhecida por todos há tempos. Nascimento e morte já não era novidade. Os relógios eram o quê afinal de contas?
Quem lembra como foi o início de tudo? Quem se lembra do exato instante em que algo deu o bum inicial do grande processo de metamorfose. Mudei para caramba nestes últimos seis anos e quero mudar o dobro nos próximos seis.
O que quer eu faça só tem um objetivo, registrar a história do universo que habito. Sempre e sempre terei coisas a lembrar e algo a dizer sobre o que nascia ao meu lado.
Me emocionei com os sons que minha solidão ou meu silêncio proporcionavam. Claro que nem todos compreendiam. Eu era novo nas engrenagens que eles já havia criado há alguns anos atrás. Será que ninguém percebeu que fico quieto para poder captar quais são os tijolos usados nos sonhos de cada um que fazia parte do processo.
Com o tempo o teatro foi perdendo algo que nem sei se teve realmente em mim, creio que tudo será assim em minha vida, passageiro sem bilhete de um sonho coletivo.
Quem consegue entender que faço o que faço por que gosto. Bebida para mim é primordial, gosto de sentir aquele líquido descendo por minha garganta e me entorpecendo aos poucos. Não é fuga é paixão. A mesma coisa acontece com o cigarro ou com qualquer outro vício que eu tenha.
Escrevo compulsivamente procurando algo que me tire este nó enorme que tenho na garganta. Não sei até quando isso irá durar. Algumas vezes, confesso que essa condição me faz prisioneiro da necessidade de desabafar. Fico maluco sem papel e caneta a mão... Só queria entender por que o que eu escrevo tem uma tristeza em uma solidão tão aguda e tão forte.
Não tenho certeza se acredito em deus. Acredito em energias e em coisas que, a meu ver, mais ninguém acredita. Mantenho-me calado escutando as mensagens que o vento me traz. Compreendo as regras do jogo senhores.
Tenho medo de morrer sem Ter alguém do lado. Já basta Ter sido solitário durante a vida toda. Mas eu não tenho pensado mais em morte. Hoje sei que a estrada fervilha em mim uma necessidade filha da puta de ser família.

Era noite e o que me fez feliz de tarde agora transformava o instante em apenas mais um aperto. Confuso o momento em que proponho ser eu e dizer as minha verdades. O que eu sou espalha-se por sobre teus ombros e o horizonte diz muito mais de nós dois do que qualquer outra coisa. Isso é Mágicka.
Antes eu me sentia que caminhava sozinho e que ninguém mais sabia do que meus escritos diziam. Não queria ninguém que fosse traduzir a simplicidade em um quadro do Dali. Só quero seguir dizendo e contradizendo o que quer que seja tomado como verdade.
Não quero ficar preso. Quero caminhar pelas ruas deste bairro. Seguir à procura de algo que esteja prestes a acontecer. Em cada esquina uma história pode ser contada pelos bêbados que a mede com a incerteza de seu passo ou de sua existência.
Amanhã vai chegar mesmo e os sonhos não estarão habitando o quarto de dormir. Deixo a cortina fechada para fazer durar a noite até o instante que eu cansar de ficar sozinho.
E amanhã tem mais...

Cuiabá-13 de outubro de 2002

Escrevi tudo o que poderia Ter sido dito em uma conversa que talvez nunca houvera acontecido. Não me lembro da sensação de descansar a cabeça no travesseiro, mas sei que dormi. Meu corpo não estava dolorido como ficava quando curtia as noites na casa do Jhon Cogumelo em Tupã. A vida estava me levando para um jogo que eu desconhecia as regras, mas fazia as apostas consciente do risco de perder e sabia o que eu perderia


Ventilador parado não traz solução




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