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1 de outubro de 2010

Luto pela Morte de Luiz Bertazzoni

Conheci Luiz Bertazzoni em 1992 e esse fato mudou a minha vida. Através de seu andar quixotesco e corpo franzino ele me ensinou a trilhar os passos do universo teatral. Luiz Bertazzoni era um desses heróis que não deram certo. Sempre defendeu uma arte que nem sempre o defendeu. Foi acima de tudo um sonhador. Plantou sementes que germinaram fortes e, por mais que os galhos não se encontrem sempre do mesmo lado é impossível negar que são sementes dessa aroeira que foi o mestre.
Recebi um recado de Fábio Dias me pedindo que entrasse em contato com ele. Liguei e ele me deu a notícia de que o Luiz havia falecido durante a noite de 30 de setembro em Echaporã/SP onde ele morava com a irmã, Irene. Notícia não tinha nada para completar o quadro que todos nós supúnhamos e esperávamos. Mas ver que o que era possível se tornou real e irreversível foi demais doloroso.
É difícil pensar que ele não caminha mais entre a gente, ele está livre de toda a dor e sofrimento e isso nos deixa mais tranqüilos. Por outro lado temos esse lado egoísta de não querer que as pessoas por quem temos apreço seja tirada de nós, mas o que sabemos nós sobre tudo o que nos cerca? Não sabemos nada e desejamos errados. Luiz é como uma estrela que renasce no céu. Ficará sobre nós rindo de tudo e nos emocionando a cada passo no palco. A cada sombra boa ele estará mais presente. Imagino a festa no céu agora. Recebendo ao bom diretor com certeza está o Professor Altino, o Ramis Pedro, a tia Maria e o Sidney Santucci.
Luiz militou no teatro tupãense de meados da década de 40 até meados de 2008 quando se deu o ressurgimento do Grupo Fênix, que ele ajudou a fundar e foi um dos principais mentores. Ele também esteve presente na criação do Grupo Ágape. Todos nós, mais velhos, tivemos a honra de trabalhar com Luiz, seja atuando ou sendo dirigido por ele.
Não consigo escrever muita coisa agora, ainda ecoa na minha mente procurando a aceitação essa notícia. Deixo pra vcs a última foto que nos tiramos juntos. Fomos a Echaporã informá-lo de que iríamos prestar uma homenagem a ele na Mostra Cultural Estudantil Profº Altino Martinez. Fábio Dias, Luiz Bertazzoni e eu...

publico aqui também a oração do ator.

Oração do ator
José Expedito Marques (Ao Sadi Cabral, com a minha admiração.)
Extraída da SBAT Revista de Teatro


Ó meu Deus onipotente, criador do maior espetáculo - o
Universo - ouvi-me nesta prece de amor!
Dai-me a perseverança, a paciência, a dignidade e o amor ao
próximo, para que o meu espectador possa me suportar com
perseverança, paciência, dignidade e amor.
Fazei com que eu viva meu papel, sem me distanciar de Vós.
Fazei com que a minha personalidade não se deixe influenciar pelo
meu personagem, mas que eu possa colher dele toda a vivência,
todo o vigor, toda a força e toda a magnitude.
Que eu transforme a realidade em uma nova realidade, que eu interprete
a obra de arte com toda a força interior e que eu colha do meu trabalho
toda a justiça, toda a fortaleza, toda a grandeza e todo o amor.
Fazei com que as luzes dos refletores se tornem luzes divinas a iluminar
todos os atos da minha vida cênica, para que eu faça do palco um altar,
sempre na intenção de o respeitar, dignificar, amar e venerar.
Que cada representação seja para mim um ato de fé.
Que cada trabalho seja um sacrifício em busca do sucesso e da
glória para que eu envelheça, crescendo na representação, e
represente, crescendo na velhice; sempre trabalhando, sempre
emocionando o público e sempre glorificando a arte.
Enfim, para quando eu não mais existir (neste planeta), a minha
atuação aqui na Terra não tenha sido em vão, quando cair o
pano, no ato final, todos aqueles que conviveram comigo possam
aplaudir-me, gritando: bravo! bravo!
E, assim, eu possa agradar ao maior Diretor Universal: Deus!
Evoé!!!!!

EVOE MEU AMIGO E MESTRE, TE ENCONTRO NAS ESTRELAS!

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