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16 de agosto de 2008

carta a um amigo...

Tchesco

A vida é como um romance bem escrito, cheio de personagens que dão as cores e os tons para que a história torne-se real e inesquecível. Pessoas que sempre vimos e com quem tivemos algum tipo de contato partem a cada instante, alguns de uma forma mais dolorida que outras.
Sempre tive com a morte uma relação de quem sabe que é apenas mais um estágio, é um momento em que nos deixamos mais à mostra ao sofrimento e às perguntas que não conseguiremos nunca responder. Por que a vida é uma viajem com um fim tão misterioso? Como seria se fosse diferente, se soubéssemos o momento exato desse nosso fim e a forma? Será que viveríamos de uma forma diferente da qual vivemos? Será que todas as buscas que fizemos fez algum sentido? Será que tinha que haver sentido?
Quando meu avô morreu e eu morava na Bahia me senti um peregrino caminhando a um reino distante que, já havia percebido, nunca encontraria. Fiquei mal por que era a minha infância que começara a morrer. No fim do ano passado minha avó se foi e pensei que era a hora em que o doce gosto de quem eu havia sido até então também descia à sepultura. É claro que cada um sente seu ritual de uma forma completamente diferente e sente essa dor com mais ou menos intensidade.
Você acabou de sair de casa me informando que seu avô se foi. A vida chegou ao fim para ele como para tudo. Senti como se fosse um tio que falecera e me deixou triste por que a sua dor é sentida por mim também. As coisas, depois de hoje sofrerão esse período de adaptabilidade necessária. Mas um dia o sol brilhará e você o sentirá da mesma forma que o sentia quando não havia tantos problemas como esses que temos nesse viver adulto.
Seu avô viveu o seu tanto, nem tenho que dizer que ele era legal. Você sabe disso melhor do que ninguém. Só pense bem se ele preferiria seu sorriso ou a sua tristeza excessiva.
Abraços meu amigo;

J D.

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