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10 de agosto de 2006

SILÊNCIO

Me peça tudo
arranca minhas mãos para que eu
não cometa mais o pecado da poesia
Só não peça o silêncio
Arranque meus olhos que já
não possuem utilidade
por que foram proibidos de ver teus olhos
Arranque meus braços
para que eu não os erga aos céus enquanto chor
me tire do peito este coração sem serventia.
Me tire as pernas, o sentido
a direção
Mas não me peça silêncio.
Não me peça silêncio
Por que mesmo calado
os que me vêem percebem
a sonoridade da dor
que trago em meu rosto
Peça minha vida,
mas não peça que eu aceite
em silêncio


espero que entenda 93, 93 93

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