Eu não existo.
Fui criado por um cara medroso,
fui imaginado para dar voz
a seu silêncio.
Eu surgi para que sua covardia
não o dominasse.
Que o medo da poesia
não o aprisionasse.
Fui criado porque ele não sabe
encarar a noite
e nem os exércitos de perdidos
que vagam.
Ele não berra e aceita tudo
calado como um cadáver.
Ama com medo
e com medo o amor morre.
Não vinga.
ele me criou para que
o trouxesse à tona
desse se afogar solitário.
Livraria & Café BelasArtes
24 de outubro de 2010
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